São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994
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Chuva em Santos foi a pior desde 1959

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Uma criança de quatro meses morreu na madrugada de ontem em São Vicente (SP). Até às 18h de ontem, essa era a única vítima fatal das chuvas na região. Em Santos, o índice de chuvas entre às 7h de domingo e às 7h de ontem foi o maior dos últimos 35 anos.
Nestas 24 horas, choveu na cidade um total de 200,8 milímetros. Medição maior só foi registrada em 15 de fevereiro de 1959, com 252 milímetros. Em Santos, 60 pessoas ficaram desabrigadas.
As áreas mais atingidas são os 13 morros da cidade, onde residem cerca de 50 mil pessoas. Às 3h de ontem, a prefeitura decretou estado de alerta nos morros. Nessa região da cidade, 7 mil pessoas moram em áreas de risco. Se as chuvas persistirem, a prefeitura poderá decretar alerta máximo, com a retirada imediata de 1.500 pessoas.
Em São Vicente, o transbordamento de um córrego causou a morte do menino Jeferson Pereira dos Santos, de quatro meses. Ele se afogou quando as águas invadiram o barraco em que dormia, às 5h de ontem. Até as 18h, quatro famílias foram removidas das áreas de risco. O bairro do Jockey Clube, onde moram 30 mil pessoas, ficou completamente alagado segundo a Defesa Civil.
Cubatão
Em Cubatão (SP), as chuvas interromperam durante todo o dia o funcionamento da Refinaria Presidente Bernardes, unidade da Petrobrás. O superintendente da unidade, Ivan Passos, não soube informar o prejuízo. O motivo da paralisação foi a grande quantidade de lama e água que desceu das encostas da Serra do Mar.
O número de desabrigados, segundo a Defesa Civil, era de 20 pessoas até as 18h. Um barraco desabou no bairro Cotu 95, que fica na encosta da Serra do Mar. Não houve feridos.
Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém não registraram desabrigados. Em todas essas cidades, diversos bairros ficaram alagados. Na zona rural de Itanhaém, cerca de 400 casas ficaram sem energia elétrica durante toda a madrugada de ontem. Em Praia Grande, um prédio em construção no bairro Cidade Ocian sofreu inclinação. Engenheiros da prefeitura isolaram o local e detectaram que o prédio não corre risco de desabar. O motivo da inclinação foi o excesso de água da chuva no solo.

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