São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994
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Brasil pode ir a Atlanta sem estrelas das praias

SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O Brasil corre o risco de não ter nos Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA), em 1996, a dupla de vôlei de praia formada pelo carioca Jorge Eduardo Bacil Filho, o Anjinho, e José Loyola. Campeões sul-americanos e vice nacionais, Anjinho e Loyola foram punidos pelo Conselho Mundial de Vôlei de Praia e pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) por atuarem em competições não-reconhecidas pela Fivb (Federação Internacional de Vôlei).
Anjinho, 22, e Loyola, 23, são considerados no Brasil os mais completos jogadores de vôlei de praia em duplas, nova modalidade de esporte olímpico. Por causa da punição, eles não participaram do Mundial de Vôlei de Praia (temporada 93/94), encerrado anteontem. Se não houver uma anistia, eles também estarão fora do Mundial da temporada 94/95, classificatório para Atlanta.
Presente à quadra de areia de Copacabana nos dois primeiros dias da etapa brasileira do Mundial, o carioca Anjinho disse que espera ser anistiado, apesar de entender não ter infringido os regulamentos do esporte. "Perdão? Que perdão?", respondeu ele sobre a possibilidade de cancelamento da punição.
Anjinho e o capixaba Loyola disputam os torneios e campeonatos da AVP (Association of Volleyball Professional), entidade norte-americana que reúne os melhores atletas de praia do mundo. A AVP e a Confederação dos EUA estão rompidas. Assim, a Fivb puniu os atletas que participam do calendário da AVP.
A jogadora Jacqueline, ex-seleção brasileira de vôlei de quadra, também foi suspensa, mas durante a semana passada conversou com o presidente da CBV e do Conselho Mundial de Vôlei de Praia, Carlos Arthur Nuzman, e praticamente acertou uma reconciliação. A situação de Anjinho e Loyola é mais complicada. Eles têm contrato assinado e não querem deixar a AVP. "Queremos ir à Olimpíada, não disputar este Mundial. Atuamos numa liga profissional", afirmou Anjinho.
Nuzman critica a liga em que Anjinho e Loyola atuam. "É uma liga pirata. Há duas situações. Ou a AVP e a confederação americana se acertam ou não. Se continuar pirata, não tem condições. Se fizerem acerto, podemos até conversar para que eles possam disputar alguns jogos por lá", disse Nuzman. Para ir à Olimpíada, onde o Brasil terá direito a duas vagas e os EUA três, as duplas têm que estar no ranking do Campeonato Mundial (World Series) na temporada 94/95, que começa em julho. Nuzman disse temer que não dê tempo para Anjinho e Loyola, que viajaram na última quarta-feira para Los Angeles, regularizarem a situação. "Nosso objetivo é eles terem condições de disputar a vaga. O grande receio é que isso fique tarde demais", disse o dirigente.

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