São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994
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Dificuldade para acordo atrasa votação do fundo

Parlamentares com cassação pedida foram ao Congresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A dificuldade de acordo entre o governo e o Congresso sobre a criação do Fundo Social de Emergência (FSE) fez com que o quórum mínimo de 293 parlamentares só fosse alcançado duas horas após o início da sessão da revisão constitucional. Às 14h, quando a sessão foi aberta, menos de 40 congressistas estavam em plenário. No entanto, já haviam registrado a presença nas dependências do Legislativo cerca de 370 deputados e senadores.
A sessão foi aberta pelo primeiro vice-presidente do Congresso revisor, deputado Adylson Motta (PPR-RS). O presidente do Congresso, senador Humberto Lucena (PMDB-PB), só chegou às 15h25. Nenhum líder de partido estava em plenário –por todo o Congresso reuniões eram realizadas para tentar chegar a uma medida de consenso. O primeiro líder a aparecer foi o do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), às 15h50.
Vários parlamentares que estão sendo processados por falta de decoro e que podem perder seus mandatos compareceram ontem à sessão. O deputado João Alves (sem partido-BA), considerado o líder do esquema de corrupção no Orçamento, marcou presença no painel eletrônico. Os deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Flávio Derzi (PP-MS), Ricardo Fiuza (PFL-PE), Carlos Benevides (PMDB-CE), Anníbal Teixeira (PTB-MG), todos com a cassação pedida pela CPI do Orçamento, também circularam pelo plenário.
O início da sessão foi marcada por pronunciamentos de parlamentares. Somente às 16h40 Lucena deu início à ordem do dia, quando o Fundo Social de Emergência começou a ser discutido.
O governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB), depois de se reunir com lideranças governistas e membros da equipe econômica foi até o Congresso fazer um corpo-a-corpo para obter votos em favor do FSE. Às 19h30 de ontem, o governador poderia ser visto no cafezinho do Congresso tentando assegurar votos à proposta do fundo.

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