São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994 |
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Fleury parte para o confronto com Quércia
EMANUEL NERI
"Existem nomes já colocados e outros que podem surgir", disse Fleury, ao justificar sua não-adesão à candidatura quercista. Segundo um dos seus auxiliares, o governador estava se referindo a ele mesmo. Antes de anunciar sua decisão, anteontem, Fleury ouviu secretários e parlamentares. A conclusão foi a de que ele ficaria excluído do processo sucessório caso cedesse às pressões quercistas. Quércia antecipou o lançamento de sua candidatura para poder anular articulações do PMDB com outros partidos e atrelar Fleury a ele. Para seus auxilaires, o governador ficou em situação difícil. Se apoiasse a candidatura, ficaria a reboque de seu antecessor, a quem deve sua eleição. Se não apoiasse, poderia receber a fama de traidor. Fleury analisou todos esses riscos. Entre seus interlocutores, estava o deputado Luiz Carlos Santos, líder do governo na Câmara e inimigo de Quércia. O governador não acredita que haverá retaliação quercista. Na sua avaliação, Quércia precisa do apoio da máquina do governo paulista, caso vingue sua candidatura. Fleury não afastou a possibilidade de apoiar Quércia no futuro. Evitou ceder à pressão quercista, que queria seu apoio imediato. Além da decisão de Fleury, a demissão de diretores da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), com sede em Campinas, também poderá contribuir para aumentar a tensão entre o governador e seu antecessor. Amigo de Quércia, Sílvio Romero Tavares foi afastado da presidência da CPFL na última sexta-feira. Também foram demitidos os diretores de distribuição, Ciro Bernardes, e financeiro, José de Vasconcelos Cunha, ambos quercistas. Mestrinho O presidente do PMDB, Luiz Henrique, jantou anteontem com o governador do Amazonas, Gilberto Mestrinho (PMDB). "Nós falamos sobre a possibilidade de o candidato do PMDB ser uma pessoa com raízes ou que tenha respaldo em São Paulo, porque aquele Estado detém um terço dos votos válidos do país", afirmou Mestrinho. O governador disse que, durante a conversa com Luiz Henrique, na residência oficial do governo do Amazonas, não foram discutidos nomes de eventuais candidatos. "Ainda não é hora de se falar em nomes", disse Mestrinho. Segundo ele, a visita do presidente do partido teve como um dos objetivos a discussão sobre possíveis alianças políticas. "Podemos dizer que o PMDB busca apoio de Brizola (PDT) e do PSDB", afirmou. Colaborou a Agência Folha, em Manaus Texto Anterior: Empadão de frango intoxica presidente Próximo Texto: Lula diz que Jari não é mais um enclave dos EUA e elogia o projeto Índice |
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