São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994
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Técnicos alertam para novos riscos no Litoral Norte

DA FOLHA VALE

Técnicos da Defesa Civil, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e do IG (Instituto de Geologia) recomendaram ontem às prefeituras de Ubatuba e Caraguatatuba (SP) que retirem as famílias que ocupam as áreas de risco, caso volte a chover forte na região. Os técnicos alertam que aumentaram as áreas de risco no litoral devido à ocupação desordenada das encostas. Há cerca de 180 desabrigados na região.
Os técnicos percorreram pela manhã as áreas de risco de Ubatuba e Caraguatatuba e constataram que 14 casas foram destruídas no domingo devido às chuvas. Em Caraguá, sete casas foram destruídas pela cheia do rio do Ouro, no bairro do mesmo nome. Moradores de cinco casas foram retirados por medida de segurança. Em Ubatuba, sete casas foram atingidas por deslizamentos de terra nos bairros do Corcovado e Rio Escuro. Não houve registro de mortes.
A técnica do IG Edna Mishima, que esteve nos bairros Jardim Francis, Jaraguazinho e Benfica, em Caraguatatuba, orientou a prefeitura a retirar cinco famílias no Jardim Francis e outras quatro do Jaraguazinho se voltar a chover.
Eduardo Soares, 37, do IPT, alerta que estão surgindo novas áreas de risco na cidade, como são os casos de Corcovado e Rio Escuro. Ubatuba tinha sete áreas de risco. Hoje tem nove. Segundo Soares, existem 20 casas nas encostas dos dois bairros.
Em Caraguá, São Sebastião e Ilhabela, a Defesa Civil está em estado de alerta porque há previsão de chuvas de longa duração.
A prefeita de São José dos Campos, Angela Guadagnin (PT), decretou ontem estado de emergência nos bairros da Vila Guarani e favela Santa Cruz 3. Cerca de 30 famílias estão desabrigadas, segundo estimativa da Urbam (Urbanizadora Municipal).
Angela visitou ontem os dois bairros e quase foi agredida pelos moradores. Ela teve que entrar no carro da prefeitura com ajuda da Polícia Militar. Os protestos por causa das enchentes nos dois bairros começaram na parte da manhã. Alguns moradores colocaram fogo em pneus e impediram a passagem de veículos na avenida Teotônio Vilela.
Segundo a prefeitura, os desabrigados serão encaminhados para centros comunitários e albergues municipais onde deverão receber assistência médica, alimentos e cobertores. Não houve vítimas.
Segundo o secretário de Obras do município, José Valter Pontes, com o decreto de emergência, a prefeitura espera conseguir verbas, fazer um levantamento mais detalhado das áreas inundadas e promover uma campanha de solidariedade, que prevê arrecadação de mantimentos e abrigos.

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