São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994
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São Paulo luta contra ansiedade

UBIRATAN BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

A sombra do Palmeiras já atrapalha o São Paulo. Preocupado com a quantidade de gols marcados pelo rival (15 em 4 jogos), o técnico Muricy Ramalho percebeu a mesma ansiedade em seu time, que enfrenta o Guarani, às 20h30 de hoje, no Morumbi. O problema é o descontrole –enquanto a produção palmeirense é fruto de um articulado ataque, o treinador são-paulino ainda sofre com perigosas improvisações na escalação. "Todo mundo quer fazer gol. Assim não é possível", desabafou Muricy, que, obrigado pelo problema, pode modificar a equipe momentos antes da partida.
A dor de cabeça surgiu depois do treino coletivo da manhã de ontem. Com a expulsão de Vítor no jogo de domingo passado, o técnico resolveu improvisar o zagueiro Gilmar na lateral-direita. Em seu lugar, Muricy escalou Nem, que divide a zaga com Júnior Baiano. Já Válber, que cumpriu suspensão, volta como volante. Aí começaram os problemas: "Ele e o Axel desceram demais para tentar o gol, deixando o Doriva sozinho na cobertura do Gilmar e da zaga", aborreceu-se Muricy, que desistiu de gritar as orientações durante o treino. "Depois de 25 minutos, o coletivo transformou-se em brincadeira. Daí já não dava para fazer mais nada."
Ainda contando com a mínima possibilidade de Leonardo se recuperar da contusão no joelho direito, Muricy pensa em voltar Válber para a zaga, na vaga de Nem. Se Leonardo realmente não jogar, o técnico pode colocar André no meio, deixando Ronaldo Luís na lateral-esquerda. A salada de possibilidades preocupa o treinador. "Precisamos definir uma tática logo, enquanto o campeonato não deslancha totalmente." Ou enquanto o técnico titular, Telê Santana, continuar em férias, para evitar uma herança de problemas.
Os jogadores, porém, não parecem preocupados. "Essa é a filosofia do São Paulo, fazer muitos gols", acredita o volante Doriva. "O importante é manter sempre a posse da bola para isso acontecer." Já Muricy está definitivamente precavido: antes do treino, conversou com Júnior Baiano, tentando convencê-lo a não abusar do preciosismo, como o que resultou no gol da Portuguesa, no domingo. Resultado: o zagueiro optou sempre pelos chutões. Gilmar também teve direito aos conselhos. "Mas comigo é mais fácil", garantiu o jogador. "Já joguei quatro partidas com lateral e, fora o cansaço, me adapto bem à posição."

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sobre a rodada na pág. 3

NA TV
TVA, teipe, 21h30; gols nos telejornais noturnos

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