São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994
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Clube acerta com Moraci

DA REPORTAGEM LOCAL

As aparências importam sempre. Depois de um turbulento final de semana, em que uma ruptura entre o preparador físico Moraci Sant'Anna e os dirigentes do São Paulo parecia inevitável, uma reunião de algumas horas ontem selou a reconciliação. "O clube entendeu minha importância no trabalho e foi fácil acertar", disse Moraci, que se reuniu com o presidente José Eduardo Mesquita Pimenta e o diretor Fernando Casal de Rey e assinou até 31 de agosto próximo. "Tudo não passou de um mal-entendido", confirmou o dirigente.
A pressa em remendar o arranhão na imagem profissional do clube permitiu que Moraci conseguisse boa parte de suas pretensões –o preparador vai receber (extra-oficilamente) cerca de US$ 40 mil mensais entre salários e luvas, cifra aproximada do valor faturado por Telê Santana (US$ 70 mil). "Depois disso, passei a acreditar em reconhecimento, o que não vinha acontecendo nesse ano", disse Moraci, que vistoriou ontem à tarde a concentração da Granja Comary, em Teresópolis (RJ).
O preparador conseguiu o que queria. "Seria perigoso para o São Paulo quebrar o trabalho comandado pelo Moraci", disse o fisiologista Turíbio Leite. "Um outro profissional precisaria de no mínimo três meses intensos de preparação para retomar o caminho. No momento, ele é insubstituível." A observação foi decisiva na atitude da diretoria, que luta contra pedidos considerados absurdos de aumento de salário.
"No ano passado, cada jogador faturou em média US$ 100 mil só em premiação. Pelo bi mundial, em Tóquio, pagamos US$ 20 mil", contou Casal de Rey. "O problema é que cada um agora pensa que conquistou tudo sozinho." Traduzindo em números, o dirigente diz que Cafu pediu 140% de aumento, o que estoura o orçamento de US$ 1,5 milhão, previsto para distribuir como aumento entre os novos contratos da equipe. (UB)

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