São Paulo, quarta-feira, 9 de fevereiro de 1994 |
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Rivette conta a vida de Joana D'Arc em filme com mais de cinco horas
FERNANDA SCALZO
Sandrine Bonnaire ("Aos Nossos Amores", "Sob o Sol de Satã") encarna esta Joana D'Arc, mais humana e menos etérea que as outras mais de 20 passagens da personagem pelo cinema (com Dreyer, em 1928, Rossellini, em 1954, e Robert Bresson, em 1962, entre outras). Ao optar por chamá-la Jeanne "La Pucelle", que quer dizer "a moça" ou "a virgem", Rivette já desfez um pouco a aura da santa (Joana D'Arc foi canonizada em 1920). Outra diferença entre o filme de Rivette e as outras versões cinematográficas sobre a santa é que "Jeanne la Pucelle" não se reduz ao processo de julgamento e sua condenação à morte. Rivette acompanha Joana D'Arc, a partir de sua decisão de lutar pela França, em todas suas batalhas e o julgamento passa a ser mais uma delas. Rigoroso do ponto de vista histórico, o filme de Rivette tira a maioria das falas de Bonnaire do livro "Jeanne D'Arc par Elle Même et ses Témoins" (Joana D'Arc por Ela Mesma e seus Testemunhos), de Régine Pernoud, que se baseia nos documentos do processo nesta reunião dos testemunhos da "Pucelle de Orléans". Com Godard, Rohmer, Truffaut e Chabrol, Rivette, 66, foi um dos principais diretores da "nouvelle vague" francesa. Seu filme de maior impacto foi a "A Religiosa", baseado na novela do filósofo Denis Diderot e cuja exibição foi proibida na França em 1965. Texto Anterior: Bomba! FHC bota o Fundo na avenida! Próximo Texto: Rio celebra os 85 anos de Carmem Miranda Índice |
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