São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Metalúrgicos da CUT ameaçam com greve

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Também os 19 sindicatos ligados à Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, em campanha salarial há um mês, ameaçam organizar greve caso o processo de conversão dos salários em Unidade Real de Valor (URV) traga perdas à categoria. "Não aceitaremos qualquer arrocho e se necessário podemos até parar", afirmou Carlos Alberto Grana, presidente da federação.Com isso, mais 340 mil metalúrgicos no Estado de São Paulo se preparam para realizar paralisações caso a conversão não seja considerada satisfatória. Cerca de 51 sindicatos de metalúrgicos da Força Sindical no Estado, representando 800 mil trabalhadores, já colocaram a greve como alternativa caso a conversão de salários em URV seja feita pela média.
Com data-base em 1.º de abril, os metalúrgicos da CUT em São Paulo têm como eixo de campanha a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas. Acordo da câmara setorial do setor automobilístico já prevê para a maioria da categoria reajuste mensal pela inflação integral e aumentos reais de 6,27% ao ano até 95. A Federação dos Metalúrgicos da CUT teme que a URV atropele o acordo e a campanha salarial.
Heiguiberto Della Bella Guiba Navarro, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, diz que a entidade pretende convocar uma reunião com o Sinfavea, o Sindipeças e com o governo do Estado de São Paulo, numa espécie de câmara estadual do setor automobilístico, para discutir a conversão. "A URV vai mexer em salários, impostos e preços de veículos."
O sindicato está tentando marcar reunião com o governador Fleury para discutir a continuidade do acordo setorial. A idéia de Guiba vem de encontro às propostas do governo federal, de que as negociações sobre URV sejam feitas nas câmaras setoriais.

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