São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Aposentado despreza tradição

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Carismático, autoritário e empreendedor, Eduardo Basílio, 60, é presidente e um dos fundadores da Rosas de Ouro, uma espécie de São Paulo Futebol Clube do samba paulistano. É a que mais inova na organização. Criada em 1971 por um grupo de funcionários públicos, a escola tem sede na Freguesia do Ó (zona norte).
O departamento de costura, por exemplo, tem 30 costureiras contratadas, que prestam serviço para empresas. Em tempos de Carnaval, são cerca de cem assalariados ou prestadores de serviço. Há oito anos, a escola excursiona para a Europa ou Japão.
"Somos uma empresa japonesa. Trabalhamos o ano inteiro pensando no produto final, que é o nosso desfile", diz Basílio.
Funcionário público aposentado, comerciante, casado e pai de uma filha, Basílio é tido como o rival número um das escolas tradicionais. "No Brasil, tudo o que funciona, eles querem derrubar", responde, lançando farpas sobre as "escolas de raízes". "Aqui na Rosas, raiz boa é mandioca frita ou cenoura".
Ligado ao PFL, Basílio foi acusado de participar da pancadaria da Freguesia do Ó, em 81, quando funcionários públicos organizados agrediram manifestantes durante uma audiência de Maluf na região. Foi absolvido nos quatros processos que sofreu. (LCD)

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