São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Carimbó contagia até trio elétrico no Pará

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O carimbó, música folclórica paraense, é a grande novidade este ano do Carnaval no Pará. É tocado em todas as festas de Belém. No interior do Estado, bandas especializadas da capital foram chamadas para tocar o ritmo. O sucesso contagiou os trios elétricos e o bloco Império Jurunense, que abrirá seu desfile com acordes do carimbó em flauta doce.
Com o carimbó fazendo milagre, o Carnaval em Belém vai tentar repetir, a partir de hoje, o sucesso das grandes festas da década de 80, com o desfile oficial da prefeitura, na avenida Visconde de Sousa Franco. Para tanto, a animação promete se espraiar até o balneário de Mosqueiro, a 60 km, em bailes populares.
Em toda parte o carimbó estará presente, abrindo espaços na disputa com o pagode. "É a nova onda do Brasil", exalta o crooner Nonato Pereira, da Banda Nova, que fez do carimbó o seu som preferencial. A banda foi contratada para levar seus músicos e dançarinos a Marapanim (200 km de Belém). Marapanim é terra do carimbó, que mistura influência negra, indígena e portuguesa.
O coordenador da Comissão de Carnaval da Fumbel (Fundação Cultural do Município de Belém), Luís Guilherme Pereira, quis que nos bailes populares a música folclórica fosse obrigatória. Mas na avenida vai rolar samba mesmo, para um público mais numeroso, este ano. A prefeitura colocou à venda 9.000 lugares nas arquibancadas e 14 camarotes, quase o dobro do que foi vendido em 93.
Mas ainda está longe dos 15 mil lugares e 330 camarotes que foram vendidos no Carnaval de 89, o último grande Carnaval de Belém na década passada, quando turistas de Caiena e do Caribe eram atraídos para a cidade. "Depois disso, não tivemos desfile em 90, pouca coisa em 91 e 92 e apenas 5.000 lugares em 93", lembra Pereira.

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