São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Camarote no Sambódromo segura vips em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez na história dos seus desfiles de escolas de samba, São Paulo deve conseguir "vipar" os camarotes do seu Sambódromo. Pelo menos a Anhembi Turismo e Eventos, que organiza o Carnaval oficial da cidade, e a promotora Rosana Beni esperam cerca de 300 caras conhecidas –se não muito importantes, ou vips– para ver Vai-Vai, Nenê da Vila Matilde e Leandro de Itaquera, entre outras, passarem pelos 530 metros da pista do samba paulistano, no sábado. A conta da comida e do transporte gratuitos será paga pela Lindóia Saúde, engarrafadora de água mineral, que preferiu não divulgar quanto vai gastar no patrocínio da festa. "É uma deselegância para com os convidados", diz Marco Aurélio Abreu, presidente da empresa. O bufê, a cargo do restaurante The Place, vai custar cerca de US$ 70 por pessoa. Na lista da Anhembi, de Rosana Beni, da socialite Alice Carta e da Lindóia Saúde estão nomes como o da cantora Sula Miranda, do empresário José Papa Jr., das atrizes Suzy Rêgo e Patricia de Sabrit e do novelista Lauro César Muniz.
Pelo menos desde o começo dos anos 80 as escolas de samba da cidade deixaram de parecer versões mais fracas das congêneres do Rio -ganharam luxo e volume. No entanto, as novidades da tecnologia e cultura carnavalescas continuavam a vir da Marquês de Sapucaí - o bom, bonito e barato da União da Ilha, o desfile vertical de Joãosinho Trinta e a tecnologia da Mocidade Independente, por exemplo. As caras conhecidas -ou talvez vips- ajudavam a levar para lá a maioria das câmeras de TV.
Agora, os convidados da Lindóia acham que o desfile paulistano vai pegar -todos os ouvidos pela Folha jamais viram ao vivo a Gaviões da Fiel ou suas coirmãs desfilar. Suzy Rêgo, por exemplo, que em geral aproveita o feriado para "sumir e descansar", diz "que esse é o momento de São Paulo. O samba e o pagode da cidade estão em alta, é a grande chance do Carnaval paulistano entrar de vez no circuito turístico brasileiro". Suzy, que já desfilou duas vezes no Rio, diz também que São Paulo fica mais agradável no feriado: "Mantém todas as suas atrações, com menos gente".
O ator e dono do restaurante Paisá, Cláudio Curi, também vai ao camarote vip, e diz que "está muito preguiçoso para o Carnaval e para o inferno das viagens no feriado". Curi fica na cidade "relaxando", jogando cartas e tomando sol no Monte Líbano. Sábado vai ao desfile. "Estou surpreso com o número de pessoas que não vai viajar. Muitos dos meus amigos vão estar no sambódromo, vai ser tranquilo, agradável e não há nada para se fazer na cidade nesta noite", diz.

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