São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Indústria cresce 9,6% em 1993

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A produção industrial brasileira fechou o ano de 1993 com um crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior. O desempenho foi o melhor desde 1986, ano do Plano Cruzado, quando a indústria cresceu 10,9%. Mesmo com o crescimento da produção, o emprego na indústria caiu 2% em 93.
A expansão industrial no ano passado foi liderada pelos bens de consumo duráveis, como automóveis, com alta de 41% sobre 1992. Foi o maior crescimento de uma categoria de produtos desde que o IBGE iniciou a atual série de acompanhamento, em 1982.
O resultado da indústria em 93 superou as expectativas de entidades como o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que no fim do ano passado previa crescimento na casa dos 8%. Em janeiro, a previsão do Ipea subiu para 9,3%.
Segundo o economista Paulo Gonzaga de Carvalho, do Departamento de Indústria do IBGE, o motivo da alta acima do esperado foi o crescimento verificado a partir de outubro, após uma interrupção entre junho e setembro.
Carvalho disse que os indicadores mostram que essa tendência de crescimento deve ser manter pelo menos nos dois primeiros meses deste ano. A reposição de estoques do comércio e da própria indústria seriam os responsáveis pela continuidade.
Desde 1990, quando registrou uma queda de 8,9%, que a indústria não tinha desempenho positivo. Em 91 ela caiu 0,5%, e em 92 a queda foi de 4,3%.
Paulo Gonzaga considerou também surpreendente o crescimento dos bens de capital (máquinas e equipamentos), que chegou a 14,9%, também o maior desde o Plano Cruzado. O principal motivo foi a renovação de máquinas no setor agrícola.
O ciclo de crescimento industrial iniciado em outubro coincide com a recuperação econômica iniciada também em outubro de 92. Mas Paulo Gonzaga não arrisca uma previsão de que o fenômeno se sustente ao longo de 94. "Vai depender do plano de estabilização econômica, embora no cenário não haja razões para se prever queda na produção", afirmou.

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