São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994 |
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Copa do Mundo favorece eletroeletrônicos Zona Franca responde por 50% da produção FRANCISCO SANTOS
A produção da Zona Franca de Manaus, responsável por mais de 50% da produção brasileira de eletroeletrônicos, cresceu em todos os anos de Copa, mesmo quando houve queda na indústria do resto do país. Em 1990, a indústria em geral caiu 8,9% e a Zona Franca cresceu 10,1%. O recorde foi em 1986, quando a indústria geral cresceu 10,9% e a Zona Franca, 37,6%. No ano passado, mesmo sem Copa, o crescimento da produção de televisores e de aparelhos de som no Brasil cresceu 56,07%. Junto com a de automóveis e camionetes, que cresceu 38,8%, esta produção explica em grande parte o aumento recorde na produção de bens de consumo duráveis. Os dados do IBGE mostram um desequilíbrio grande entre a produção de bens duráveis e a de não-duráveis (alimentos e outros). Enquanto a primeira cresceu 41%, a segunda cresceu apenas 3,9%. Segundo Paulo Gonzaga, isso é consequência do descompasso entre o comportamento da produção industrial e o do emprego, que registrou um crescimento pequeno (os dados ainda não foram divulgados), puxado pelo comércio e os serviços. O fraco desempenho do emprego geral e o resultado negativo no setor industrial significam que praticamente não houve aumento da base de consumo no país. O que ocorreu foi uma concentração de renda, com quem já estava empregado passando a ganhar mais. Quando ocorre esse tipo de fenômeno, segundo o economista, crescem as vendas de bens duráveis, porque trata-se do consumidor buscando melhorar sua qualidade de vida. Quando há expansão do emprego, cresce primeiro a venda de não duráveis, pelo suprimento de necessidades básicas de pessoas que estavam desempregadas. Texto Anterior: Indústria cresce 9,6% em 1993 Próximo Texto: Rakam Tecidos prepara recurso contra requerimento de falência Índice |
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