São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Armadilha monta circo cyberpunk

ERIKA PALOMINO
DA REDAÇÃO

São Paulo viu esta semana seu primeiro evento cyberpunk. Música tecno radical, alta e aceleradíssima, modelos em roupas brancas destruídas, olhos manchados de preto, cabelo emplastrado, homens com pequenas lâmpadas dicróicas abrindo caminho pela passarela na escuridão. Tudo isso para mostrar uma coleção de acessórios de couro -mochilas, bolsas, malas e cintos. Foi assim que a marca Armadilha quis –e conseguiu– chamar a atenção para seu nome.
Chamou todo o mundo da moda jovem da cidade e pôs todo esse circo numa estação ferroviária desativada, um cenário perfeito, em instalação impecável. O início do desfile, com uma criança sendo carregada por um homem, correndo, já deu o tom de estranhamento necessário. Daí, um desfile de top models, homens e mulheres, marcando a volta às passarelas de Claudia Liz, de piercing (falso) na boca, como outro nome forte da noite, Alessandra Berriel. Todos com pasta de farinha no cabelo, em criativa concepção do cabeleireiro Paulo Cézar, tudo sob a direção geral do produtor Pazetto.
Em meio a tudo isso, olhar para as mochilas, em questão. Modernas, em tons de marrom e preto, com couro trabalhado e de quando em quando com detalhes em vermelho. Se precisava tudo isso, precisava. Uma coleção que passaria despercebida em mais um lançamento de estação, mas que, com essa parafernália armada, vira produto "avant-garde" em busca de seu público. (Erika Palomino)

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