São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Partido de Berlusconi lidera pesquisa; irmão é preso

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A coligação de direita encabeçada pelo recém-criado partido Força Itália, do magnata da mídia Silvio Berlusconi, é a preferida dos italianos para as eleições parlamentares de 27 e 28 de março, segundo pesquisa divulgada anteontem. Em Milão, Paolo Berlusconi, irmão do empresário, foi preso ontem sob suspeita de corrupção.
Foi lançada ontem formalmente a aliança entre a Força Itália e os separatistas da Liga Norte. De acordo com a pesquisa do instituto CIRM e da rede de TV "Telemontecarlo" (concorrente das de Berlusconi), a coalizão pode obter até 48%, somados os votos do Centro Cristão Democrático (CCD, ex-democratas-cristãos).
Berlusconi é um dos homens mais ricos da Itália. É dono de três redes de TV, uma editora, uma agência de publicidade e do time de futebol AC Milan, entre outros negócios.
Em segundo lugar na pesquisa vêm os ex-comunistas do Partido Democrático da Esquerda (PDS), com 19%. O PDS caiu um ponto percentual em relação à prévia da semana passada. Liderada pelo PDS, um coligação progressista atingiria 34% dos votos, com apoio dos partidos A Rede, Partido Verde, Refundação Comunista e Aliança Democrática.
A coligação de centro de Partido Popular (PP, também de ex-democratas cristãos) e Pacto Pela Itália ficou em terceiro lugar, com 17%. A pesquisa ouviu 2.557 eleitores entre os dias 3 e 9 de fevereiro.
Mas uma outra pesquisa, feita pelo instituto Directa, afirma que 67,6% dos italianos ainda não sabem em quem vão votar.
Ontem, a polícia de Milão prendeu Paolo Berlusconi, 44, antigo responsável pela administração das empresas imobiliárias do conglomerado empresarial Fininvest. Ele é acusado por magistrados de envolvimento em transações fraudulentas de propriedades com um banco estatal. Paolo Berlusconi nega todas as acusações.
Entrevistado durante o lançamento de sua coligação, Silvio Berlusconi disse estar "sofrendo muito, mas calmo" sobre a prisão de seu irmão. "Estou seguro de que esse caso vai se encerrar de maneira positiva." Durante a semana, quando cresciam os rumores da decretação da prisão de seu irmão, ele disse ao diário "La Stampa" que as acusações tinham motivação política.
Paolo Berlusconi já é julgado no escândalo de desvio de dinheiro do banco de poupança estatal Cariplo. O caso culminou com a primeira prisão de um grande banqueiro no país –Roberto Mazzotta, que se entregou na segunda-feira– e de três outros dirigentes do banco.
Nova denúncia
O ex-tesoureiro do antigo Partido Comunista Italiano Sergio Cusani disse ontem que o então secretário-geral do partido, Achille Occhetto, recebeu propinas de US$ 588 mil do empresário Raul Gardini, do grupo Ferruzzi –que se suicidou em julho do ano passado quando estava para ser preso. As denúncias estão em um documento de 74 páginas que Cusani entregou ontem aos juízes da operação anticorrupção "Mãos Limpas".

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