São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994 |
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Secretário transfere a decisão do 1º ataque
FERNANDA GODOY
Em carta enviada ontem ao Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, anunciou que já delegou a seu representante na ex-Iugoslávia, Yasushi Akashi, a autoridade para deflagrar os primeiros ataques aéreos contra as forças sérvias que sitiam Sarajevo. Boutros-Ghali informou que o comando das forças da ONU na região recebeu instruções suas para "finalizar os procedimentos detalhados para o início e a condução dos ataques aéreos". A intenção do secretário-geral é sinalizar ao Conselho de Segurança –onde a Rússia tenta reabrir a discussão sobre os ataques áereos– que o processo já foi deflagrado e que o poder decisório não está mais em Nova York. A reunião do Conselho sobre a situação da Bósnia, convocada para ontem à tarde, foi transferida para segunda-feira de manhã devido à tempestade de neve que atinge toda a Costa Leste dos EUA. A tempestade não foi obstáculo para cerca de 30 exilados bósnios que protestavam, enterrados na neve até quase os joelhos, contra o secretário-geral e pediam o fim do embargo de armas que, segundo eles, tem privado a Bósnia de meios para se defender dos ataques sérvios e croatas. "Deixem que nos defendamos" e "Que vergonha, Boutros-Ghali!", gritavam. O porta-voz de Boutros-Ghali, Ahmad Fawzi, confirmou a criação de uma comissão especial de investigação sobre a origem do morteiro que matou 68 pessoas em Sarajevo há uma semana. A comissão é integrada por especialistas da França, Canadá, Espanha, Paquistão e Rússia. Não há um prazo para que ela apresente o resultado de suas investigações, o que significado que eles poderão ainda ser desconhecidos quando vencer o ultimato lançado pela Otan. Texto Anterior: Pressão da França possibilitou o ultimato Próximo Texto: Partido de Berlusconi lidera pesquisa; irmão é preso Índice |
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