São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
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Emprego na indústria

ANDRÉ LAHOZ MENDONÇA DE BARROS

Para o ano de 93, a Fiesp registrou queda no emprego industrial na Grande São Paulo de 2,2%. Entretanto, o Seade/Dieese, com amostra mais abrangente (pois inclui o setor informal da economia), verificou no período aumento na taxa de ocupação industrial de 3,6%. Como a amostra do Seade engloba a da Fiesp, o aumento deve ter sido ainda maior nas indústrias que não constam da pesquisa da Federação.
A conclusão a que se chega é que a amostra da Fiesp não é representativa o suficiente, pois se concentra em grandes empresas. A terceirização, por exemplo, faz com que diminua o emprego observado pela entidade, sem que tenha havido necessariamente redução de vagas.
O aumento da informalidade também reduz a importância da amostra da Fiesp. Embora de difícil mensuração, há estimativas de que na Grande São Paulo a informalidade total cresce sistematicamente de 90 para cá (cerca de 25%), ao passo que o emprego formal registra quedas consecutivas no período, encolhendo aproximadamente 12%.
Com isso, o emprego informal, já responde por quase 50% de todos os postos de trabalho privados em São Paulo. Essas questões sugerem que os dados da Fiesp devem ser analisados com ressalvas.

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