São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
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Analista aponta setores com chance de bom desempenho

DA REPORTAGEM LOCAL

Há dois cenários antagônicos no mercado de ações para este ano. Primeiro: o governo Itamar consegue aprovar o seu plano econômico com a adoção da URV (Unidade Real de Valor) como moeda estável. Segundo: o Congresso derruba o plano e o país mergulha em uma nova crise. A alta das Bolsas de Valores tenta antecipar o primeiro cenário. Caso ele seja frustrado, as ações poderão perder o que vêm ganhando desde o ano passado.
Harold Thau, sócio da Técnica Assessoria de Mercado de Capitais e Empresarial Ltda., trabalha com o primeiro cenário para analisar os setores da economia que deverão ser mais rentáveis este ano. "As companhias que foram bem em 93 deverão ter um bom desempenho este ano", prevê Thau.
Ele acredita, no entanto, que a margem de lucro das empresas deverá ser menor depois que a URV entrar em vigor como moeda. "A dispersão de preços que existe hoje deverá diminuir e as empresas terão mais dificuldade para repassar os custos aos preços", explica. Mesmo assim, o sócio da Técnica cita quatro setores que prometem boa rentabilidade às ações: telecomunicações, financeiro, fertilizantes e empresas ligadas ao consumo de produtos de preço baixo. "As ações de empresas desses setores tendem a se valorizar", avalia Thau. Ele deixa de lado as empresas de energia elétrica, cujas ações integram o elenco de vedetes das Bolsas hoje. "Os resultados deste setor têm sido ruins e não deverá haver uma virada", afirma.
Segundo Harold Thau, as empresas do setor de telecomunicações continuarão com bons resultados, "apesar de as tarifas não estarem mais com reajustes acima da inflação". Já os bancos poderão perder rentabilidade caso a inflação caia com o plano econômico. "Mesmo assim, o setor financeiro é uma boa opção porque tem capacidade de se adaptar rapidamente ao novo cenário", diz Thau.
Em relação ao setor de fertilizantes, Thau acredita que a promessa de boa safra deste ano deverá garantir um bom desempenho para as empresas ligadas à agricultura. "Elas tendem a se manter estáveis em relação ao ano passado, que já foi bom", afirma.
No cenário traçado pela Técnica para este ano, está o crescimento das vendas. "Trabalhamos com expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,5%". Com a expansão das vendas, Thau projeta bom desempenho para empresas que têm produtos de preço baixo. "São os casos do setor eletroeletrônico e do setor têxtil". Ainda dentro deste segmento, Thau lembra os setores de bebidas e de fumo. "A indústria automobilística também promete um bom desempenho, o que vai favorecer as empresas de autopeças".

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