São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
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Veja alternativas para fugir 'do sacrifício'

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Apoiados na lei dos condomínios (4.591/64), que permite que a sindicância seja exercida por pessoa física ou jurídica não-residente no condomínio, os moradores de edifícios de São Paulo buscam a cada dia novas alternativas para se livrar do "sacrifício" de ser síndico. Além de escolher um profissional para a função, os condomínios vêm optando por administradoras que também exercem a gerência e gerentes de atendimento, que fazem o "meio de campo" entre síndicos e moradores.
O gerente de condomínios funciona como um microadministrador. Ele se responsabiliza pela execução das medidas tomadas na assembléia, organiza reuniões, contrata e demite funcionários de acordo com ordens do síndico, cuida de atas e de contas. O gerente, porém, não responde civil e criminalmente pelo prédio, atribuição exclusiva do síndico.
Quando não se consegue eleger um síndico entre os moradores, o condomínio pode decidir que a administradora exerça essa função. Segundo a Aabic, 15% dos edifícios de São Paulo têm essa estrutura. Em geral, as administradoras assumem essa função temporariamente, até que seja eleito um síndico para o prédio. "É uma solução, mas acredito que a prática não é boa. A situação é constrangedora, porque a administradora tem o controle total sobre as contas e fica sem a fiscalização de um representante dos moradores", afirma José Roberto Graiche, presidente da Aabic.
Graiche, assim como o vice-presidente de condomínio e relações trabalhistas do Secovi-SP, Benjamin Souza da Cunha, é também contrário à contratação de um síndico profissional. "O contratado não está diariamente no prédio, não toma o mesmo elevador que o seu vizinho e, por isso, na maioria das vezes, não tem como saber direito quais são os problemas que estão afligindo os moradores", diz Cunha. Tanto a Aabic, quanto o Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis de São Paulo), afirmam que o ideal para um condomínio é que o síndico seja eleito entre os moradores, mesmo que isso sobrecarregue alguns deles.

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