São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994 |
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A OBRA; TRECHO A OBRA O Enigma da Chegada, de V.S. Naipaul. Tradução de Paulo Henriques Britto. Capa de Takashi Fukushima. Companhia das Letras (r. Tupi, 522, São Paulo, CEP 01233-000, tel. 011 826-1822, fax 011 826-5523). 337 págs. CR$ 15.840 TRECHO Não sonhava com uma Índia que jamais conhecera; minha ambição levava-me a olhar para frente e para fora, para a Inglaterra; porém o resultado era o mesmo sentimento de estar no lugar errado. Em Trinidad, sentindo-me longe de tudo, eu me guardava, por assim dizer, para minha vida futura no centro de tudo. E o cenário da minha infância tinha algumas características físicas que reforçavam essa tendência a esperar, a recolher-me. Em Trinidad, vivíamos cercados de anúncios de coisas que não eram mais fabricadas, ou que, por causa da guerra e das dificuldades de transporte, não podiam mais ser adquiridas. (Os anúncios que apareciam nas revistas americanas, de Chris Craft e hotéis Statler, pertenciam a um outro mundo, inimaginavelmente remoto.) Muitos dos anúncios que havia em Trinidad eram de remédios e "tônicos" tradicionais, em chapas de zinco esmaltado. Eram usados para enfeitar as lojas, e como não tinham nenhuma relação com os produtos à venda, passaram a servir como emblemas da profissão de comerciante. Texto Anterior: DECLARANDO-SE CULPADO Próximo Texto: Uma escritora fora do lugar Índice |
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