São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
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Fast food ganha tempero brasileiro

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A mistura de um formato norte-americano de negócio com o tempero da comida brasileira está fazendo surgir lojas de fast food de comidas típicas. De sanduíches com ingredientes simples como linguiça calabresa e carne, servidos com saladas, a pratos típicos da Bahia e de Minas Gerais, passando pela "comida da fazenda", os cardápios das novas empresas apostam nos sabores regionais para enfrentar as grandes redes.
Franquias podem ser uma opção para quem vai começar no setor. Elas oferecem as receitas, treinamento e apoio técnico, além da marca conhecida e publicidade.
O São Paulo I abriu a primeira loja no shopping Iguatemi, em São Paulo, há pouco mais de um ano. Hoje, existem três casas. Reinaldo Marques Varello, 34, dono da marca, diz que serve "comida típica da fazenda", como frango com molho, arroz, feijão, frango à passarinho, feijoada, farofa, mandioca frita e polenta, além de doces caseiros na sobremesa.
Varello afirma que em cada loja gasta cerca de US$ 220 mil. O São Paulo I serve em média 520 pratos por dia. Aos sábados, esse número chega a 700. Por ano, o empresário calcula o faturamento em cerca de US$ 3,3 milhões.
O empresário está começando a venda de franquias. A loja do shopping Iguatemi está à venda por US$ 150 mil. O comprador fica isento de taxas de royalties e de propaganda nos primeiros seis meses de operação.
Outra rede instalada em shoppings é a Mr. Zé. O empresário Washington Fiúza, que está desenvolvendo e gerenciando a instalação da rede -com duas lojas em Belém, uma em Salvador e uma em Brasília-, diz que o segredo está no cardápio. São sanduíches de carne em tiras desfibrada, frango grelhado e linguiça calabresa. As carnes também são servidas em pratos feitos de casquinha de biju, acompanhadas de saladas.
Em São Paulo, uma franquia da marca abre as portas entre o final de abril e início de maio. A taxa de franquia é US$ 10 mil, e são necessários mais US$ 50 mil para instalações, fora o ponto. Fiúza prevê faturamento mensal de até US$ 30 mil para a loja.
Jairo Chansky, 32, um dos quatro sócios da franquia no centro de São Paulo, diz que o investimento total está em torno de US$ 120 mil, incluindo taxa de franquia, instalações e ponto. Para a instalação de uma loja de fast food, Chansky afirma que são necessários chapa, fritadeira, condimentadora para molhos e temperos, cortador de frios, geladeira industrial e freezer, coifas para frituras, máquina de café expresso, máquinas de refrigerantes e chope e saladeiras. Máquinas e equipamentos exigem investimento de US$ 30 mil, segundo o empresário.
O restaurante Marietta, com cinco lojas próprias e sete franqueadas em shoppings de capitais das regiões Nordeste e Centro-Oeste, tem planos de expansão para Estados do Sul e Sudeste. Edson Costacurta, 42, dono da rede, afirma que a taxa de franquia custa US$ 10 mil. Para a instalação devem ser gastos US$ 30 mil, fora o ponto. Em troca de treinamento e know-how, a taxa de royalties é de 6% sobre o faturamento. No cardápio, sanduíches frios de frango e atum com vários tipos de saladas.

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