São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994 |
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Nascimento despontou em "Agosto"
DA SUCURSAL DO RIO Até 87, Norton Nascimento, o Wotan de "Fera Ferida", era um cestinha de mão cheia. Profissional do basquete com oito títulos paulistas e um brasileiro, levava a carreira paralela de modelo meio na flauta. Fez pontas nas novelas "Os Imigrantes e "Ninho da Serpente", da Bandeirantes.Em 88, aos 27, convenceu-se de que a carreira no basquete não duraria muito mais e resolveu tentar o caminho do palco. Morando em São Paulo, tomou o rumo da Vila Guilherme. Na portaria do SBT, começou a exercitar sua veia artística: disse ao porteiro que tinha hora marcada com Max Nunes. O porteiro ligou para Max que, óbvio, negou. Já ia dando meia-volta, quando um amigo dos tempos da Bandeirantes o colocou para dentro. No SBT, fez "Veja o Gordo" e "Escolinha do Golias". A paixão pelo basquete ainda doía: "Passei um ano sem conseguir ler o noticiário de esportes". Fez cursos de interpretação, inclusive com Antunes Filho, e foi para o Rio, a meca das novelas. Participações em "Perigosas Peruas" (92) e "Retrato de Mulher" abriram-lhe as portas para o primeiro papel marcante: o matador Chicão, de "Agosto" (93). Seu teste foi um alívio para o diretor-artístico Carlos Manga, que procurava alguém para o papel havia quatro meses. Filho de um engenheiro, casado com uma psicóloga e pai de três filhos, Norton experimentou pela primeira vez a fama sem estar de calção e tênis. "Sempre fui assediado como jogador e agora não estranho o carinho dos fãs", diz. Mas o posto de sex-symbol na novela das oito não o deslumbra. "Os autores sacaram que os negros também dizem 'eu te amo' com ternura e estão criando cenas bonitas. Mas gostaria de ser tratado como ator e não como ator negro". Texto Anterior: Beleza, talento e sex-appeal garantem novo espaço em novelas a atores negros Próximo Texto: As artes da fuga Índice |
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