São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 1994
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Festa em Acari acaba com 2 feridos com tiros

SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Duas jovens moradoras da favela de Acari (em Acari, na zona norte do Rio) foram feridas a tiros ontem de madrugada quando assistiam a um pagode patrocinado pela prefeitura. Para a polícia, elas foram punidas pelo traficante Parazão, que teria dado ordem aos favelados para não comparecerem ao Carnaval oficial.
Policiais da 39ª DP (Delegacia de Polícia), na Pavuna, disseram que Parazão, apontado como um dos chefes do tráfico de drogas em Acari, havia proibido os moradores da favela de irem até o palanque montado pela prefeitura.
Dezenas de pessoas desrespeitaram a suposta determinação do traficante. No momento em que o samba estava no auge, um Fusca branco, com quatro homens armados, passou próximo ao palanque. De dentro do carro, os passageiros atiraram contra os foliões.
Eliane Cristina Cunha, 19, e Luciana Rodrigues de Souza, 18, foram atingidas nas pernas. Os demais foliões e sambistas fugiram em busca de proteção. As moças estão hospitalizadas, mas não correm risco de vida.
Há seis meses que a população de Acari convive com a "guerra" travada pelas quadrilhas de Parazão, do CV (Comando Vermelho), e de Jorge Luiz, do TC (Terceiro Comando). Os bandos rivais disputam a hegemonia no controle das "bocas" de cocaína e maconha em Acari. Cerca de 25 pessoas já morreram nos confrontos.
Seis pessoas morreram, anteontem, no Rio, no domingo de Carnaval. A maioria morreu baleada e, entre os mortos, haviam dois menores de idade. Um dos corpos foi achado na praia de Ipanema.
O homem encontrado morto na praia de Ipanema, Alan Patrick de Sousa, 16, morreu com dois tiros na cabeça, por volta das 3h da madrugada. Em Cordovil, uma menina de um ano foi baleada por Luís Cláudio dos Santos, amante da mãe da criança.

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