São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 1994
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Metalúrgicos querem a criação de novos empregos

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Aumento do nível de emprego. Essa é a condição que os sindicatos de metalúrgicos do Estado de São Paulo ligados à Força Sindical impõem para apoiar os empresários do setor automobilístico em sua reivindicação de manter as alíquotas de ICMS sobre veículos em 12%.
Em setembro de 93, o Confaz (Conselho de Política Fazendária, que reúne os secretários de Fazenda estaduais), decidiu voltar a aplicar alíquotas de ICMS de 18% sobre automóveis em todo o país. A decisão do Confaz prevê uma elevação gradual do imposto, entre abril e dezembro deste ano, até alcançar os 18%. Montadoras, indústrias de autopeças, parafusos e forjaria protestam. Empresários consideram que a medida coloca em risco a própria manutenção do acordo da câmara setorial e pode acabar provocando demissões, caso não seja revista.
Para discutir a questão, o governador do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, convocou reunião, a pedido dos metalúrgicos, para a próxima sexta-feira, às 10h, no Palácio dos Bandeirantes, com os sindicatos patronais envolvidos: Sinfavea (montadoras), Sindipeças (autopeças), Sindforja (forjaria) e Sinpa (parafusos). Também foram chamadas entidades de trabalhadores ligados ao setor, como o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e os metalúrgicos da Força Sindical. Ou seja, será realizada uma espécie de câmara setorial estadual.
"Damos total apoio à reivindicação dos empresários, mas com uma condição: a criação de novos empregos", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Osasco e Guarulhos, filiado à Força Sindical. Segundo ele, não é mais possível sustentar uma situação como a verificada em 93, na qual a produção cresceu 43,4% e o nível de emprego, pouco mais de 1%.
"Queremos ao menos que para cada 3% de aumento na produção, seja aumentado o emprego em 1%", afirmou Paulinho. De acordo com ele, o presidente do Sindipeças, Claudio Vaz, já teria aceito o pedido dos metalúrgicos da Força Sindical. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, já disse que apóia os empresários em sua reivindicação de manter o ICMS em 12%.
A CUT tem 19 sindicatos de metalúrgicos no Estado, com base de 340 mil pessoas, a maioria trabalhando no setor automobilístico. A Força Sindical tem mais de 52 sindicatos da categoria no Estado, com 800 mil metalúrgicos na base, cerca de 25% do total no setor automobilístico.

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