São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 1994
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Juros do DER cairão hoje para 6,5% ao ano

Aplicação rende mais que poupança e tem liquidez diária

DA REDAÇÃO

A taxa de juros do DER (Depósito Especial Remunerado), que recebeu de volta os cruzados novos bloqueados no Plano Collor 1, será reduzida de 7% para 6,5% ao ano a partir de hoje. Apesar dessa queda, não vale a pena retirar o dinheiro por dois motivos: 1) os juros incidem sobre a TR (Taxa Referencial), o mesmo indexador da poupança; e 2) o DER permite saques fora do aniversário do dia 1.º, quando é feito o crédito mensal. O DER não admite depósitos.
Quando o DER foi lançado, em agosto de 91, os juros eram de 8% ao ano. Em fevereiro de 93 passaram a 7,5% ao ano, em agosto para 7% e a partir desta semana, 6,5%. Os juros serão igualados aos da poupança livre a partir de 16 de agosto próximo.
A diferença no cálculo dos juros entre poupança e DER é que, na caderneta normal, é sempre 0,5% ao mês, independentemente do número de dias. Por isso, os juros efetivos são de 6,17% ao ano. No DER, os juros são calculados para 365 dias, o que resulta, com os atuais 7% ao ano, em 0,01854% ao dia corrido. Passando para 6,5% ao ano, os juros serão de 0,01725% ao dia. A consequência disso é que este mês, com apenas 28 dias corridos, os juros serão de 0,503%, praticamente iguais aos da poupança. Em março, com 31 dias, subirão para 0,536%, pouco superior ao da caderneta normal.
Os bancos e caixas vêm estimulando o saque total do DER porque os recursos têm aplicação compulsória e dirigida a áreas específicas do setor rural, menos rentáveis que outras preferidas pelas instituições financeiras. Em dezembro passado, permaneciam no DER saldos de CR$ 1 trilhão, apenas 17% do total liberado.
Não há vantagem em retirar o dinheiro do DER e transferi-lo para fundão, poupança ou mesmo CDB, a não ser, neste último caso, que a taxa seja a mais alta do mercado. A TR, que corrige os saldos do DER, está mais competitiva, e a partir desta semana volta a ser calculada para maior número de dias úteis.
Além do mais, o DER tem liquidez diária, embora os créditos sejam feitos todo dia 1.º. Segundo a circular 2.369 do Banco Central, quando há saque integral fora do aniversário do dia 1.º, o dinheiro deve ter correção pro-rata (proporcional) inclusive para os juros. Quando o saque é parcial, o próximo crédito incide sobre a média aritmética dos saldos diários.

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