São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 1994
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Inkatha inicia campanha contra eleição multirracial sul-africana

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A brigada jovem do Partido Da Liberdade Inkhata (de maioria zulu) lançou ontem uma campanha de afronta ao Conselho Executivo de Transição (CET), que prepara as eleições multirraciais de abril. O partido é contra a realização das eleições.
Segundo o líder da ala jovem do Inkatha, Zenzele Phakati, mais de 1 milhão de membros da brigada participarão da campanha em toda a África do Sul. "Vamos ensinar às pessoas que elas têm direito a não votar. Vamos desafiar o que for dito e feito pelo CET, a menos que eles respeitem nossas exigências."
O presidente sul-africano, Frederik de Klerk, se encontrou anteontem com o rei zulu, Goodwill Zwelithini, e prometeu para amanhã uma resposta para as exigências por um Estado independente.
Historiadores contestam o argumento para a criação de um Estado zulu independente. O Inkatha afirma que um reino zulu existiu até 1828, quando o rei Shaka foi assassinado, onde hoje fica a Província de Natal. Mas Carolyn Hamilton, da Universidade de Witwatersrand, diz que "não há evidências de que uma identidade zulu tenha se desenvolvido no reino. Somente em 1920, quando os negros de Natal começaram a sentir a ordem político-econômica dominada pelos brancos, é que uma ampla identidade zulu começou a formar raízes".
Analistas políticos temem que o país se divida em mini-Estados étnicos. "Teríamos um efeito dominó", disse Simon Baynham, diretior de pesquisa do Instituto da África do Sul. Os extremistas da Aliança da Liberdade também defendem um "bantustão branco".

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