São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 1994 |
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Sérvio diz que não vai tirar armas de Sarajevo
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Assuntos Principais: BÓSNIA-HERZEGÓVINA; ONU; QUARTEL-GENERAL; MAPASérvio diz que não vai tirar armas de Sarajevo Os sérvios não vão retirar nenhum armamento pesado de Sarajevo até que seja alcançado um amplo acordo de paz para a Bósnia, disse ontem o comandante das milícias sérvias, Ratko Mladic, a oficiais da ONU na capital Bósnia. O líder sérvio da Bósnia, Radovan Kradazic, porém, afirmou que parte dos armamentos pode ser retirada, para ser usada como "defesa" em outros pontos da Bósnia. "Nada pode nos forçar a deixar nosso povo à mercê das fanáticas unidades muçulmanas", disse Mladic. A Otan exige que os sérvios retirem todos os seus armamentos num raio de 20 km a partir do centro de Sarajevo até a zero hora do próximo dia 20. Do contrário, a aliança militar ocidental ameaça com bombardeios. A Otan reiterou ontem que todos os armamentos sérvios devem ser neutralizados. A ONU havia sinalizado com a possibilidade de um controle apenas parcial do poderio sérvio e ontem estabeleceu censura sobre a entrega dos armamentos. A Casa Branca e a Otan declararam-se "em dúvida" sobre se a ONU está efetivamente controlando as armas sérvias. "Vamos falar sério... Para nós, o controle deve ser exercido de maneira que as armas não possam ser usadas", disse um funcionário da Otan. "Insistimos que nenhum dos lados deve ter vantagem sobre o outro. Se a ONU nos assegurar isso, tudo bem para nós", disse Karadzic, numa aparente tentativa de capitalizar as divergências entre ONU e Otan. "Isso fede", disse o embaixador bósnio em Bruxelas, Nedzad Hadzimusic, sobre as declarações de oficiais da ONU suavizando as exigências ocidentais aos sérvios. Hadzimusic afirmou que, se o controle dos armamentos sérvios for apenas parcial, "eles vão retomá-los como quem vai a um shopping fazer compras". Em Moscou, o presidente russo, Boris Ieltsin, disse ao premiê britânico, John Major, que a Rússia não vai admitir que a questão bósnia seja resolvida sem sua participação e reafirmou sua oposição à intervenção militar da Otan. No Conselho de Segurança da ONU, o representante iugoslavo, Dragomir Djokic, disse que, "uma vez que o gatilho é apertado, é difícil parar", sobre o possível ataque da Otan. Djokic advertiu que a ação trará "sérias consequências" aos soldados da ONU na Bósnia. A ONU informou obtem sobre "pesadas baixas" civis em Mostar (sudeste) e Bihac (nordeste). Segundo a organização, os moradores de Bihac, uma das seis "áreas protegidas" pela ONU na Bósnia, vivem "como ratos". Texto Anterior: Assassino de cinco confessa nos EUA; Irmão de Berlusconi é solto na Itália; Rússia volta atrás em imposto sobre vodca; Não-casados terão direitos na Califórnia; EUA negam direito a filhos de imigrantes; Marfinense é comido por crocodilos; Carnaval tem 36 mortes na Venezuela; Noruega dá dinheiro a quem achar 'Grito' Próximo Texto: Combatente ameaça com superarma misteriosa Índice |
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