São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Bombeiros; Reposta dura; Lançamento complicado; Força dos amigos; Aproveitando a deixa; Trajetória suicida; Senso da medida; Chance quase perdida; Divididos pela conversão; Dúvida estratégica

Bombeiros
A divulgação pela imprensa estrangeira do caso Itamar/Lílian colocou o Itamaraty em polvorosa. Desde ontem funciona um sistema especial de apoio aos embaixadores que tentarão explicar o inexplicável para a mídia internacional.
Reposta dura
Embora as embaixadas tendam a adotar uma resposta padrão sobre os acontecimentos do Sambódromo, espera-se, no governo, que os embaixadores em Washington e em Londres rebatam, com dureza, as críticas locais a Itamar.
Lançamento complicado
Além de criticarem o caso Lílian, amigos de FHC ficaram menos contentes ainda com a declaração do presidente sobre a candidatura do ministro. Acham que pode complicar o plano econômico de novo. FHC ficou calado ontem.
Força dos amigos
De Raul Belém (PP-MG), sobre o Carnaval do amigo Itamar: "Ele teve momentos descontraídos, a moça tirou seus dividendos, mas isso não vai afetar a imagem do presidente". O Palácio do Planalto torce que seja só isso mesmo.
Aproveitando a deixa
Líderes da oposição no Congresso vão tentar dificultar a votação do Fundo Social usando as peripécias de Itamar no Rio. Dirão que, com a provável saída de FHC para se candidatar, as verbas iriam para um governo desorientado.
Trajetória suicida
Esperidião Amin (PPR-SC) diz que Itamar "na melhor das hipóteses foi ingênuo, na pior, licencioso". E comenta: "O que deve preocupar o país é o rumo que Itamar pode dar ao episódio. Se posar de vítima, perde o respeito."
Senso da medida
Sigmaringa Seixas (PSDB-DF) garante que não pensou em pedir o impeachment de Itamar. "Isso é para situações extremas", afirma. Mas diz que o presidente, em tese, quebrou o decoro. O que já é porta aberta para os adversários.
Chance quase perdida
O PSDB perde esperança de ver Beni Veras (CE) na pasta da Integração Regional. A carga contrária do PFL é pesada e aos tucanos falta disposição para o confronto.
Divididos pela conversão
Lideranças empresariais paulistas defendem posições para conversão de salários em URV que podem ser conflitantes: a Fiesp quer que seja feita pela média e o PNBE, que se use o mesmo critério adotado para preços.
Dúvida estratégica
A Fazenda pensa em fazer a regulamentação do Fundo Social por lei ordinária, mesmo sabendo que esse caminho leva a mais uma votação no Congresso. A vantagem da lei sobre a portaria é a menor chance de contestação judicial.

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