São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994 |
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Pode escalar todos, desde que sejam 5
MATINAS SUZUKI JR.
Vendo, com Caetano Veloso, no camarote da Mangueira, o desfile das douradas baianas da campeã Imperatriz Leopoldinense, eu –que não sou Medici, mas um autêntico "tupinambô"– ouvi um sambista de Ramos gritar: Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Um mensageiro dos deuses chegou para um bastante "alegrinho" Zagalo, no camarote da Brahma, e disse-lhe que no ano das três Copas brasileiras (58, 62, 70) deu Portela. Disse só para afastar os augúrios zagalinos e para confirmar que os quatro ventos e os sete mares querem os cinco: Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Para o sempre "tristinho" Carlos Alberto Parreira um interlocutor perguntou: ô Parreira, a Gal não está batendo um bolão? Resposta: Tá. Pergunta: Então por que você não convoca? E emendou, de sem-pulo: Gal lembra gol. Para fazer gol precisamos de artilheiros. E nós temos cinco: Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Em algum outro ponto do camarote do fut-fut (Futilidades Futebol Clube) o Denner ouviu das tri-gêmeas da revista "Plaboy" a mesma mensagem do Gilberto Gil: você é dez. Ou melhor, você deveria ficar com a 10. A 7 vai para o Edmundo, a 8 para o Bebeto, a 9 para o Romário e a 11 para o Muller. Em uma roda que reunia o grande Bellini, o furacão Jairzinho, o Paulo César Caju, ouviu-se o tipo "popular" das velhas crônicas dizer ao Edmundo (em tom baixo, porque o Parreira circulava por perto): você é o 7. Depois vem o Bebeto, o Romário, o Dener e o Muller. Um passarinho me contou que ouviu uma conversa em "off" do Gilmar e do Zetti, que também estavam lá, com o Nando Reis e a Marisa Monte. Eles teriam confessado que o Taffarel não era a preocupação, mas sim a possibilidade do Brasil ter um ataque com Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. O artista plástico e grande fluminense Barrão, entre a Regina Casé e o Luiz Zerbini, declarou que o time de botões do seu sonho teria um ataque composto por Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Na magnética que assistia a partida entre o Paulista de Jundiaí e o Barretos Bull's, ouviu-se uma discussão sobre o ataque com Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Na 5a. Avenida, em Nova York, o torcedor dos "niii-quês" Arto Lindsay ouviu brasileiros fazerem uma manifestação pelos cinco: Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. O famoso psicanalista baiano Luiz Tenório parece ter declarado em recente conferência que são mesmo cinco as lições da psicanálise: Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Os Quatro Azes e Um Coringa, os Jackson Five, o Qinteto Violado, a turma que fez o "Cinco Vezes Favela" não têm dúvidas. É só lançar o Edmundo, o Bebeto, o Romário, o Dener e o Muller. Cinco. O tremendão vascaíno, o meu amigo Erasmo Carlos –que estava preocupado com o filho na fila da comida do camarote– disse que o rei Roberto telefonou para lembrar que está tudo certo como dois e dois são cinco. Tradução: os dois atacantes do Parreira deveriam ser substituídos por cinco. Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Até a Academia Brasileira de Letras já marcou o seu chá dos cinco. Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller. Texto Anterior: Fittipaldi vira nome de rua em Miami; Conselho estuda noitada de revanches; Japoneses contratam árbitros estrangeiros; Havelange vai falar sobre caso Pelé; Milan é acusado de contratar menor Próximo Texto: Escola na água Índice |
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