São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Mandela anuncia concessões para evitar 'guerra civil' na África do Sul

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Nelson Mandela, líder do Congresso Nacional Africano (CNA), anunciou ontem importantes concessões aos brancos da Aliança da Liberdade e aos zulus do Inkatha. Os dois grupos são contrários à realização das eleições multirraciais do país em abril e ameaçam lutar por áreas independentes.
"Devemos levar as ameaças de guerra civil a sério", disse Mandela em entrevista concedida antes de embarcar para a Holanda. Elese disse disposto a incluir o direito à autodeterminação na Constituição provisória pós-apartheid que vigora até a eleição. Afirmou que o "Volkstaat" –espécie de "bantustão branco", exigido pelos africâners da Aliança da Liberdade– será estudado.
Líder do maior grupo negro do país, Mandela disse que a Constituição definitiva garantirá que as nove províncias que serão criadas depois das eleições não terão poderes diminuídos. Esta era uma das principais exigências tanto da Aliança quanto do partido Inkatha.
Haverá cédulas separadas para os parlamentos regionais e para o nacional. As províncias poderão definir suas estruturas legislativas e executivas e escolher seu nome. Isto responde ao desejo do Inkatha de nomear sua principal base de influência como Kwazulu/Natal.
"Estamos certos de que estas propostas removem os obstáculos para que os partidos que ainda não tenham se registrado o façam, para participar da eleição democrática", disse Mandela. O presidente Frederik de Klerk apoiou as declarações de Mandela e anunciou uma convocação do Parlamento para a primeira semana de março para introduzir as emendas propostas pelo CNA à Carta provisória.

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