São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994 |
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Nudez não é transparência; Brasil viável; Doença infantil do PT; Descompromisso do PSDB Nudez não é transparência "Mas que topete o do sr. presidente da República! Expondo-se e a todos nós à vergonha ao lado de quem nem sequer cobriu sua 'vergonha' com uma simples e higiênica calcinha. Será que alguém lembrou de perguntar ao Itamar se ele tinha trazido sua camisinha? Em vez de estar cuidando da nova lei fiscal, o presidente reedita o 'Baile da Ilha Fiscal' como o faziam no Circo Máximo em Roma. Durante o Carnaval os foliões vestem-se com fantasias. Há três delas que tradicionalmente definem o espírito da festa: arlequim, colombina e pierrô. No caso, a colombina estava de fora e o Brasil saiu de pierrô. Em vez de eticamente cancelar o Carnaval deste ano, em que temos tanto trabalho a fazer e nada a comemorar, sua excelência abreviou a festa nos dando a primeira terça-feira de cinzas da história. Quanto ao fato ligeiramente erótico da exposição 'púbica', isso serve para aliviar a população preocupada com um presidente 'solteiro' e nem de perto choca um país acostumado à pornografia da fome e da miséria ou à sacanagem dos políticos." Fernando Zarif, artista plástico (São Paulo, SP) "A modelo Lílian Ramos é a representação da nação brasileira nos dias atuais: desfila pela passarela mostrando ao mundo sua exuberância, entrega-se despudoradamente aos poderosos e acaba caindo nas mãos de quem não sabe o que fazer com ela." José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR) "Parabéns ao brilhante jornalista Clóvis Rossi por mais uma demonstração de adequação e propriedade. Desta vez, em relação ao comportamento do presidente Itamar Franco. Parabéns à Folha por contar com o brilhantismo e a integridade de Clóvis Rossi. Tanto o jornalista quanto o jornal merecem cumprimentos pela postura." Délia Guelman (São Paulo, SP) "Chocante a primeira página da Folha da edição de ontem. Significativamente espelhadas, as matérias com o furioso tiroteio da ira moralista em cima do Itamar e a inquietante informação sobre o crescimento do neonazismo no Brasil. 'Vana est sine viribus ira', ou 'a cólera nada pode sem a força'." Fernando Almada (São Paulo, SP) "Carnaval é festa popular. Democracia é o governo do povo pelo povo. Mas democracia não é festa popular alguma. Exige respeito às tradições populares, onde o governo não é nenhum Carnaval. Porém hoje estão se confundindo as coisas. Querem fazer da democracia um verdadeiro Carnaval. E nossos políticos que o digam. É no Executivo. É no Legislativo. E até no Judiciário. Nudez não é transparência." Roberto Gomes Caldas Neto (São Paulo, SP) "Itamar renuncia e faz o que bem quiser, com ou sem calcinhas. Mas a imagem do país da prostituição que passamos ao mundo não é real, porque quem vive do seu trabalho não parou no Carnaval, já que uma inflação de 40% não nos permite descanso." Gilda Monteiro (São Paulo, SP) "O presidente Itamar Franco tem direito de sair com quem quiser e na hora que bem entender nas suas horas de folga, de forma discreta." Alberto Danon (São Paulo, SP) "Ridículo e absurdo o escarcéu que a imprensa vem fazendo, em especial a CBN de Brasília, em torno do ocorrido com Itamar no Sambódromo. Os jornalistas abandonaram a imparcialidade, esqueceram o profissionalismo e, em nome da 'defesa da decência' do país, deixaram fluir um lado seu fortemente preconceituoso e radical." Eliane Werneck Genofre (Brasília, DF) "Adorei a 'ficha técnica' da musa do Itamar publicada na Folha ontem." Sérgio Baldan (São Paulo, SP) "É difícil manter o otimismo. O que se pode esperar de um presidente que não sabe nem se dar ao respeito? E, pior, não sabe nem escolher suas companhias! Realmente, tem mulheres que arrasam com toda a classe..." Magaly Nunes (São Paulo, SP) "Um presidente deve atuar na conformidade de princípios éticos. Lamentável a atitude do 'nosso' Itamar." Alex O. R. de Lima (São Paulo, SP) "Caso se concretize a paixão de Itamar, teremos, pela primeira vez, uma primeira-dama que aparece em público de seios nus e sem calcinha." Paulo Altomani (São Carlos, SP) "Com tanta coisa importante para noticiar, será que a mediocridade presidencial, a incompetência de sua assessoria e a vulgaridade de uma modelo mereciam tanto destaque?" Henry Pierre Deberdt (São Paulo, SP) Brasil viável "A manutenção pela Folha de uma seção que pretende mostrar aos seus leitores o 'Brasil viável' já é merecedora dos maiores elogios. Mas, para nós, cuja meta é proporcionar a cada dia, através da participação e da contribuição da iniciativa privada, as melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores, a publicação das reportagens sobre as realizações do Senai e do Sesi, em sua edição de 30/01 ('Senai investe na gestão empresarial', pág. 1-16), foi motivo de grande satisfação e justificado orgulho." Eduardo Oliveira Santos, diretor regional do Senai –Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Salvador, BA) "Estamos convencidos de que, graças a esse jornal, o exemplo de dedicação e eficiência das nossas entidades conseguiu atingir e motivar um número ainda maior de brasileiros que talvez não tenham percebido que as soluções para o país só serão alcançadas através de um esforço permanente de solidariedade e responsabilidade." Caio Amaral Gruber, superintendente regional do Sesi –Serviço Social da Indústria (Curitiba, PR) Doença infantil do PT "O artigo 'A doença infantil do PT' (edição de 11/02), de Clóvis Rossi, conseguiu expressar os pensamentos e, mais ainda, as preocupações com que tenho me deparado ao pensar sobre a possibilidade, grande aliás, de o candidato do PT ganhar as próximas eleições presidenciais. É importante dizer que não sou membro do PT, porém desde sua criação fui seu simpatizante e eleitor. Contudo, a partir do momento em que as tendências mais 'radicais' assumiram o poder no partido, suas posições retrógradas têm me causado espanto e decepção. O episódio em que a bancada do partido ficou proibida de votar na revisão da Constituição é apenas uma amostra da intransigência burra desses que se dizem vanguarda (vã guarda?) do proletariado." Luis Arnaldo Stevanato (São Paulo, SP) Descompromisso do PSDB "Parabenizo o sr. Arnaldo Jabor (artigo de 8/02) pela análise aguda, correta e certamente angustiante do comportamento, ou melhor, descompromisso, dos membros do Congresso Nacional. Entretanto, parece-nos clara a postura partidária adotada pelo cronista quando cita exemplos, à direita e à esquerda, de entraves aos processos decisórios do Legislativo. O articulista esquece de citar que o PSDB, legenda de composição heterogênea e postura amorfa, esteve majoritariamente ausente na votação do aumento de impostos para pessoa jurídica. Deveria Jabor espelhar-se no apartidarismo demonstrado por Luís Nassif em 4/02." Ricardo C. T. Aguiar (São Paulo, SP) Próximo Texto: A revisão na ressaca Índice |
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