São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994 |
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Telas do artista são disputadas em leilões de NY
ANA MARIA CICCACIO
A peculiar linguagem de Portinari, interpenetrada de denúncia social, como no muralismo mexicano; de figuras distorciadas, como no cubismo de Bracque e Picasso; mas também do olhar fortemente reflexivo do artista, como no expressionismo de Van Gogh, construiu uma obra que, na totalidade, contém valioso panorama da realidade brasileira. Entre seus trabalhos mais famosos estão a tela "Café"; os retirantes esqueléticos e barrigudos da série "Emigrantes"; "Meninos de Brodowski" –que, ironicamente, não pertende ao museu da cidade do título do quadro, mas ao Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro–; painéis e murais de proproções gigantescas, como o de azulejos da capela de São Francisco, em Belo Horizonte, e "Guerra e Paz", obra encomendada ao artista pelo governo norte-americano que se encontra hoje na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. (AMC) Cândido Portinari viveu toda a infância em Brodósqui. Estudou em Paris, visitou museus europerus e deslumbrou-se a ponto de, após ver os Ticianos, no Museu do Prado, ter declarado sua vontade de sair à rua e gritar "Vocês já viram?". Não pintava sob pressão. "O solo que faz medrar o artista é o ócio, o lazer, a preguiça", dizia. Texto Anterior: Interior de SP esbanja cultura e natureza Próximo Texto: Wetn' Wild chega ao Brasil no verão de 95 Índice |
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