São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Pampas foram 'descobertos' por francês

SILAS BOTELHO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO GRANDE DO SUL

A vocação dos pampas gaúchos para o cultivo da uva já havia sido observada em meados do século passado pelo naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire. Nos anos 40, pesquisadores da Universidade de Davis, na Califórnia (EUA), e técnicos brasileiros confirmaram essa vocação e determinaram uma faixa de 250 mil hectares, junto à fronteira com o Uruguai, entre os mesmos paralelos dos vinhedos de Mendoza (Argentina), Santiago (Chile), Stellenbosch (África do Sul), como ideal para o cultivo de uvas européias.
Esta faixa de terra, sob o paralelo 31, goza de um clima mediterrâneo, com 500 horas de temperatura abaixo dos sete graus no inverno, um verão quente e seco, com pelo menos cem dias de sol por ano, ideal para o amadurecimento equilibrado de concentração de açúcar, acidez natural e tanino.
Em 1974, a Almadén iniciou o plantio de 64 mil mudas, importadas da Califórnia (EUA), em Palomas, distrito de Santana do Livramento. Hoje, 1 milhão de parreiras nos 430 hectares cultivados fornecem 12 variedades de uvas brancas e dez tintas como matéria prima.
Muito distante das adegas com tonéis de madeira e trabalhadores amassando as uvas com os pés, o único contato manual ainda existente é a retirada dos cachos dos vinhedos e a colocação das garrafas nas caixas de embarque. Todo o processo é industrializado.
No final de 1993, a Almadén lançou a linha Sunny Days, em duas versões: Napa Gamay (blush) e Frisante (branco), ambos suaves e para serem saboreados bem gelados. Além desses lançamentos, para atender um crescente mercado –ampliado em cerca de 20% em 93– conta com a estimativa de 7 milhões de quilos de uva e uma safra avaliada em US$ 1,5 milhão para 1994, para manter a sua liderança no mercado de vinhos finos, mantida há nove anos. (Silas Botelho)

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