São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 1994
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"Regras informais" também contam

JOSÉ EDUARDO BARAVELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Montar uma república exige a mesma paciência e pesquisa de quem teve que estudar para os exames vestibulares. Para quem está saindo da casa dos pais, é importante conhecer não só as questões burocráticas como as "regras informais" para montar uma república bem-sucedida. Neste caso, é bom ouvir os conselhos dos veteranos.
Primeiro, comece a procurar cedo e não tenha pressa. "Tem calouro que chega de mala no primeiro dia de aula e de noite quer estar numa república", diz Rogério Santilli, 19, que há três anos mora e estuda engenharia em São Carlos (interior de São Paulo). O melhor é começar as aulas já conhecendo a cidade onde vai estudar e se preparar nos primeiros dias para morar em pensão ou nos "quartos para estudantes" anunciados em murais.
Nas cidades com tradição universitária, não ter pressa é obrigatório. O mais comum é os veteranos convidarem novos ocupantes para suas repúblicas. São locais por onde já passaram gerações de estudantes e todo ano é preciso substituir os que se formaram.
Se a opção for mesmo montar uma república, pense antes nas pessoas que vão morar com você –depois no imóvel. "É bobagem tentar achar uma imóvel para a república antes de fechar o grupo. As questões materiais devem ser resolvidas não só em função da quantidade de pessoas, mas da personalidade de cada uma delas", diz Humberto Carmo Dias, 20, estudante de física na Unicamp.
Para escolher bem os ocupantes da república, a regra geral é não reunir as pessoas por conveniência, mas por afinidades pessoais. A maneira mais fácil é procurar universitários como você, e alguns veteranos recomendam ainda dar preferência aos colegas de curso e ano. "Se os interesses das pessoas combinam, elas podem conviver bem até num quarto-e-sala", diz Mônica Liut, 18, colega de república de Humberto.
Chegada a hora final da escolha do imóvel, cuidado ao priorizar o preço do aluguel. Calcule sempre este valor em relação a outros dois fatores que são de máxima importância para jovens universitários. O primeiro é a distância em relação ao curso. É comum os estudantes precisarem fazer duas viagens por dia à universidade.
O segundo fator é privacidade. Uma casa ou apartamento que possa dar um quarto para cada ocupante da república compensa um aumento de até 20% no valor do aluguel. No mínimo é ótimo para estudar. (José Eduardo Baravelli)

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