São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 1994
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Maluf busca em Brasília apoio da cúpula do PFL à sua candidatura

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Maluf busca em Brasília apoio dacúpula do PFL à sua candidatura
O prefeito Paulo Maluf (PPR) segue hoje para Brasília para tentar consolidar sua candidatura presidencial. A agenda de Maluf prevê encontros com membros do PPR, mas é certo que ele tentará contatos com a cúpula do PFL. "Só concorro se tiver pelo menos 50% de chances de vencer", disse Maluf. Nas contas do prefeito, o apoio pefelista é indispensável para viabilizar seu projeto.
Há cerca de duas semanas, Maluf jantou com o governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães (PFL), na casa do médico Silvano Raia, em São Paulo. Foi o primeiro encontro reservado entre os dois desde o episódio do Colégio Eleitoral em 84, quando ACM rompeu com Maluf para apoiar Tancredo Neves à Presidência da República.
Maluf não saiu do jantar com a garantia do aval de ACM ao seu projeto, mas a cúpula do PPR acredita que o encontro serviu para superar parte das desconfianças mútuas. O problema maior para selar a aliança, acham malufistas, é o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, que estaria trabalhando contra a coligação.
Hoje à noite em Brasília, Bornhausen se reúne com o senador Esperidião Amin (SC), presidente nacional do PPR. Oficialmente, vão tratar da revisão constitucional, mas o senador catarinense aproveitará para sondar o interlocutor sobre o aval à candidatura de Maluf.
"Não tenho dúvida que o Maluf é candidatíssimo", disse Amin sobre a dúvida que o prefeito ainda mantém, nas declarações públicas, sobre o seu futuro político. Para Amin, a candidatura do prefeito paulistano ao Planalto passa por um acordo com o PFL. "Os mapas eleitorais dos dois partidos são complementares", analisou, referindo-se à presença forte do PPR no Sul e Sudeste e à hegemonia do PFL no Nordetse.
Maluf acredita que uma aliança com o PFL alavancará sua candidatura a um ponto em que desaparecerá a desvantagem que tem hoje em relação a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O raciocínio é que PPR, PFL e PP (outro possível parceiro eleitoral do prefeito) têm nomes fortes para a disputa dos governos estaduais, ao contrário do que ocorre com o PT.
Depois do jantar em São Paulo, Maluf voltou a falar por telefone com o governador baiano. O prefeito continua insistindo em incluir ACM entre os possíveis candidatos de uma aliança entre PPR e PFL. Mas toma o cuidado óbvio de não se excluir do páreo. "Quem está negociando não pode impor nem vetar ninguém", afirmou.
Maluf não acredita na viabilidade eleitoral do ministro Fernando Henrique Cardoso. O raciocínio é que, mesmo que o plano econômico dê certo, FHC não terá tempo para capitalizar o sucesso.

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