São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 1994
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Lyra pode pedir mais nove cassações

RUDOLFO LAGO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Lyra pode pedir mais nove cassações
O corregedor-geral da Câmara, deputado Fernando Lyra (PSB-PE), poderá remeter os nomes de todos os nove deputados que está investigando para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), para que se inicie contra eles processo de cassação. Durante o Carnaval, Lyra estudou os processos preparados pela CPI do Orçamento contra os nove e percebeu que, com relação a todos eles, a conclusão do relatório do deputado Roberto Magalhães (PFL-PE) é de que cometeram atos que ferem o decoro parlamentar. O relatório da CPI tinha pedido o prosseguimento das investigações.
"Se eu inocentar alguém, vou estar desconsiderando e desmoralizando todos os elementos do relatório. E eu não quero deixar Roberto Magalhães mal", disse Lyra a algumas das pessoas com quem conversou durante o Carnaval.
Lyra critica a atitude de Magalhães de enviar alguns nomes para nova análise na Corregedoria. Para ele, Magalhães, sem total convicção para condenar os nove nomes, "passou a bola adiante".
Ontem, o Movimento pela Ética na Política do Piauí, liderado pelo advogado Evandro Lins e Silva, entregou ao corregedor um abaixo assinado, com 80 mil assinaturas, pedindo as cassações dos deputados Paes Landim (PFL-PI) e José Luiz Maia (PPR- PI) e a continuidade das investigações contra os deputados Mussa Demes (PFL-PI) e Jesus Tajra (PFL-PI).
Além de Landim, Demes e Maia, estão sendo investigados pela Corregedoria da Câmara os deputados José Carlos Aleluia (PFL-BA), José Carlos Vasconcellos (PRN-PE), Pinheiro Landim (PMDB-CE), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Uldurico Pinto (PSB-BA) e Gastone Righi (PTB-SP). O deputado Jesus Tajra, que também seria investigado pela Corregedoria, foi inocentado por uma carta de Magalhães.
Cassáveis
O processo de julgamento dos deputados que tiveram cassação pedida pela CPI não tem prazo definido para terminar. Hoje a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara deve aprovar o deputado José Thomaz Nonô (PMDB-AL) para a sua presidência. Ele deve mudar os relatores indicados pelo ex-presidente da CCJ José Dutra (PMDB-AM).

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