São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 1994
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Líderes desistem da agenda mínima

GABRIELA WOLTHERS
EUMANO SILVA

GABRIELA WOLTHERS; EUMANO SILVA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes dos partidos favoráveis à revisão constitucional decidiram ontem iniciar as votações sem elaboração de uma agenda mínima. Eles avaliaram que a demora em conseguir o consenso sobre os temas a serem votados está inviabilizando a revisão.
Também ficou decidida uma fórmula para evitar o "rolo compressor" da maioria no plenário. "A agenda mínima está sendo colocada há seis meses e, se não houve consenso, é muito difícil existir agora", disse o líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA).
A promessa de acabar com o "rolo compressor" é a primeira concessão feita aos "contras" (PDT, PT, PSB, PC do B). Pelo que ficou acertado ontem, antes de cada sessão, os líderes vão escolher alguns destaques de alteração de emendas que serão votados em plenário. A reclamação dos "contras" era que todos os destaques estavam sendo rejeitados em bloco, o que impedia que fossem colocados em votação.
Mesmo sem o "rolo compressor", os "contras" continuam obstruindo a revisão. "Só participamos se for acertada uma agenda mínima", afirmou o líder do PDT, Luiz Salomão (RJ). Ontem à noite seria realizada uma reunião entre os "contras" e o PMDB para tentar acertar a agenda mínima, que seria um conjunto de votações que aceitas por todos os partidos.
O maior obstáculo para a agenda mínima é a discussão sobre a os capítulos da Ordem Econômica, principalmente os que tratam dos monopólios estatais. Os "contras" não aceitam quebrar os monopólios e PFL e PPR não admitem que essa discussão seja excluída da revisão. "Podemos fazer acordos para que as minorias tenham voz, mas não aceitaremos derrubar pautas", disse Luís Eduardo. Segundo ele, as matérias sem consenso devem ser decididas no voto.
O PMDB está tentando encontrar uma fórmula de atrair os "contras" através de uma pauta de votações que incluiria apenas alguns temas da Ordem Econômica.

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