São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 1994
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Secretaria confirma ida de fiscal a Pinheiros

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Vias Públicas esclareceu o mistério que envolveu os dois engenheiros que, anteontem, tentaram entrar em casas do bairro de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), afirmando que queriam avaliar os imóveis que serão desapropriados para a extensão da avenida Faria Lima. Eles realmente eram da prefeitura, só que não tinham crachás.
"Realmente houve um erro, mas nós vamos providenciar crachás para todos os nossos engenheiros", diz Milton Dantas, chefe de gabinete do secretário Reynaldo de Barros, de Vias Públicas. Entre dez moradores ouvidos pela Folha, apenas dois permitiram a entrada.
Segundo Dora Whitaker, presidente da Comissão de Licitação da Secretaria de Vias Públicas, os engenheiros que foram a Pinheiros são Jane Cristina Moura e William Trombetta e não possuem crachás. "Eu trabalho com desapropriação há muitos anos e nunca tive problemas para entrar nas casas", diz.
Dora afirma que os dois engenheiros se identificaram com a carteira do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e com o holerite da prefeitura. Devido ao incidente, a prefeitura mandou preparar ontem crachás para todos seus engenheiros.
Dora cita a lei que rege as desapropriações para provar que a prefeitura pode entrar nas casas de Pinheiros. O artigo 7º da lei diz que, após o imóvel ter sido declarado de utilidade pública, as autoridades "ficam autorizadas a penetrar nos prédios, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial". Os imóveis foram decretados de utilidade pública no dia 20 de janeiro.
Para o arquiteto Siegbert Zenettini, do Movimento Vila Olímpia Viva, que se opoem à obra, os engenheiros não podem entrar nas casas. "Sem identificação e ordem da Justiça, ninguém entra." (Luis Henrique Amaral)

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