São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 1994 |
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Rodada de hoje não deve alterar tabela
ALBERTO HELENA JR.
Poucos dias antes do início do campeonato, cruzei com Pepe na Mesa Redonda da Gazeta. E ele revelava esperança nesse time. Achava que, com Dinho e Paulinho Kobayashi no meio-campo (mais Capitão, da Lusa, que não foi pra Vila) teria um time competitivo. Não consegui esconder meu ceticismo. Pois, se aquele Santos de Ricardo Rocha, Axel e Almir não chegou a ganhar nada, embora tenha feito boa figura, que dizer deste? Aliás, gostaria muito de saber quais as medidas modernizadoras que Pelé está propondo para o clube. Não que se espere dele o passe mágico ou o gol impossível. Mas o plano, o projeto. Quero ver uma luz no fim do túnel, algo que dê ao crítico e ao torcedor uma esperança palpável de melhores dias. Voltando à rodada de hoje e de amanhã, é pouco provável que a tabela se altere. Tanto o Palmeiras quanto o Corinthians, diante do Novorizontino, mesmo desfalcados, não deverão obter menos que um empate. Quanto ao tricolor, amanhã, diante da Ponte, Telê, por certo, vai querer superar seu substituto, Muricy, que deixou o time na liderança. Esse Válber nasceu para jogar bola. Só não dá pra saber se bola de meia ou a de couro dos profissionais. Em mais de 40 anos vendo futebol, poucos foram os craques que me revelaram tanta versatilidade. Válber joga –e bem– em pelo menos sete posições das dez disponíveis aos que batem com os pés. Seria um grande lateral –esquerdo ou direito– em qualquer época do nosso futebol. Seria um zagueiro de nome em qualquer grande equipe, apesar de deficiente em bolas altas, único defeito desse craque extraordinário. No meio-campo, onde nunca atuou, mas passaria a atuar agora, na volta de Telê, certamente se fartaria, pois é lúcido, habilidoso e dono de poderoso chute à média e longa distâncias. Pena que não tenha juízo. Por falar em Válber, lembrei-me de Oldemário Touguinhó, que tempos atrás me dizia que valia a pena vê-lo em ação em Madureira, onde, livre de responsabilidades, ralava a bola. E, com isso, salto para o futebol carioca, que, mordido pelo sucesso paulista, resolveu investir firme este ano. O Flu contratou doze jogadores, e acaba de demitir o técnico Carlos Alberto Torres, pois o time, com Luís Henrique e quejandos não consegue ir além das pernas. Não é o timaço dos sonhos do Chico Buarque, mas tem jogadores que podem perfeitamente oferecer um belo espetáculo, desde que bem orientados. Carlos Alberto, o maior lateral-direito do mundo de todos os tempos, grande praça, parece predestinado a não fazer carreira como treinador. Lembram-se dele no Corinthians? Pois é. O Fla começa a engrenar. Parece-me o mais bem disposto dos times cariocas, embora só agora esteja conseguindo juntar seus jogadores. Há um equilíbrio muito grande entre técnico e jogadores. Por fim, o Vasco, a SeleVasco, que, a exemplo do Palmeiras aqui, é uma constelação de astros. Mas lá está Eurico Miranda. O que é bom. O que é mau. Texto Anterior: Van Basten passará por novos exames; A FRASE; Brasileiro vai jogar na seleção italiana; Justiça suspende pena de Canazarro; Oncins é derrotado no Aberto do México; Torcedor é morto no Equador; Cruzeiro contrata Ênio Andrade Próximo Texto: Raquetes e raquetes Índice |
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