São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994
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Britto lança Fleury para a Presidência

TALES FARIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, fechou ontem acordo com o ex-ministro da Previdência Antônio Britto, em torno da disputa pela escolha do candidato do PMDB à Presidência da República. A estratégia é nenhum dos dois concorrer com o ex-governador Orestes Quércia à indicação, mas ambos trabalharem para convencê-lo a desistir da candidatura.
Apesar do acordo, o deputado lançou o nome do governador à Presidência. "Fleury deveria deixar o governo de São Paulo quando a lei determinar", disse Britto. Britto descartou o nome de Quércia afirmando que ele sofre resistências dentro do partido.
Para convencer Quércia a desistir, Fleury e Britto vão articular uma trégua do grupo antiquercista em relação ao ex-governador. Ontem mesmo, a articulação ganhou a adesão de toda a bancada federal do PMDB e da cúpula do partido, incluindo o líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMB-RS), arquiinimigo de Quércia.
Já aderiram ao movimento o presidente nacional do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), os governadores e o presidente regional do partido em São Paulo, deputado Roberto Rollemberg.
A idéia é mobilizar as bases do PMDB em São Paulo a fim de fazerem um apelo a Quércia para que ele desista da candidatura à Presid6encia e concorra ao governo do Estado. Fleury ficou encarregado de levar ao ex-governador um recado de Britto: o PMDB gaúcho não fará "qualquer tipo" de campanha em favor da candidatura do senador Mário Covas (PSDB) ao governo do Estado. Em encontro pela manhã com Fleury, Britto reafirmou ao governador que não vai se candidatar a presidente.
Simon e Britto avaliam que, mesmo não considerando Fleury o candidato ideal do partido, só têm chance de acabar com a candidatura de Orestes Quércia com o apoio do governador paulista.

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