São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994
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Direção do PT diz que manifesto dos intelectuais é "oportunista"

FERNANDO DE BARROS E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Membros da direção do PT classificaram de "inadequado", "oportunista" e "equivocado" o manifesto encabeçado por intelectuais e assinado por 73 pessoas do partido que critica o posicionamento da atual cúpula petista e pede uma política de alianças para vibilizar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. A direção do PT foi surpreendida com a presença de sindicalistas endossando o texto que convoca reunião no 5 de março para discutir os rumos do partido.
Os deputados estaduais Rui Falcão (vice-presidente do PT) e Arlindo Chinaglia (presidente do PT em São Paulo) tentaram desqualificar a iniciativa dizendo que o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Vicente Paulo da Silva, um dos signatários do manifesto, foi usado pelos organizadores.
"Lamento que pessoas interessadas em fazer intrigas através da grande imprensa se valham de pessoas como Vicentinho para criar divisões artificiais", afirmou Falcão. "Sugiro que os autores do texto o entreguem ao PSDB porque são eles que não querem alianças com o PT", disse Chinaglia.
Vicentinho admitiu que foi "pego de surpresa" ao tomar conhecimento do tom do texto que havia endossado: "Não posso concordar com as críticas à direção do partido num texto que tem como objetivo unificá-lo." Mas confirmou que vai à reunião do dia 5. Em Concórdia (SC), Lula disse que desconhece o teor do manifesto e que não está "preocupado com o que está acontecendo em São Paulo, mas com a caravana".
A reação da cúpula era esperada pelos organizadores do movimento. Um de seus articuladores, o físico Luis Carlos de Menezes, disse que "já existem muitas seitas por aí e o PT não pode se transformar em mais uma".

Colaborou a Agência Folha, em Concórdia

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