São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994
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Quercistas atacam Simon e divulgam dossiê

DA REPORTAGEM LOCAL

Articulador da candidatura de Luiz Antonio Fleury Filho a presidente, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi incluído na lista negra do quercismo. Ao saber das articulações de Simon, Orestes Quércia disse que o senador devia se preocupar em explicar supostas irregularidades apuradas por uma CPI sobre seu governo no Rio Grande do Sul (87-90).
Agora é o deputado Marcelo Barbieri (PMDB-SP), amigo de Quércia, que pede à direção nacional do partido para investigar a vida pública de Simon. Barbieri encaminhou à direção um dossiê com acusações contra o senador. Uma delas é a de que, em seu governo, houve superfaturamento de US$ 43 milhões na construção de rodovias. Pede que Simon seja convocado pela Executiva do PMDB para explicar as denúncias: "Se Quércia prestou esclarecimentos ao partido, por que o Simon não pode fazer o mesmo?"
O dossiê contra Simon inclui o resultado de uma CPI sobre seu governo e cópias de duas ações populares que tramitam na Justiça contra o senador. O quercismo se aliou ao PPR malufista: enquanto o dossiê de Barbieri era encaminhado, o deputado estadual José Augusto Nardes (PPR-RS) colhia assinaturas na Assembléia local para uma nova CPI contra Simon.
Simon disse ontem que a CPI citada por Quércia já foi "arquivada" pela Assembléia gaúcha: "Eu desfio o Quércia a provar se há qualquer dúvida em relação à minha conduta. Meu patrimônio hoje é muito menor do que quando iniciei minha vida pública."
O senador gaúcho é o sétimo alvo de ataques quercistas em menos de duas semanas. Os dois primeiros foram do PSDB –o governador Ciro Gomes (CE) e o presidente do partido, Tasso Jereissati. Depois veio o dossiê contra Antônio Britto (PMDB-RS), que poderia enfrentar Quércia na convenção, e ataques contra Lula, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso. Novos dossiês –contra Roberto Requião, Fleury, Lula e FHC– estão sendo preparados. (Emanuel Neri)

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