São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994
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Mais 7 clientes acusam médico de estupro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mais sete clientes do ginecologista Vasco Rodrigues da Cunha disseram ontem na Delegacia da Mulher terem sido vítimas de tentativa de estupro e assédio sexual durante consultas médicas. Acusado de promover sessões de fotos eróticas e agenciar garotas de programa, o médico também vai responder por crime de estupro e atentado violento ao pudor. As denúncias fizeram com que a delegada Débora Menezes abrisse o primeiro inquérito para apurar o caso.
A acusação mais grave foi feita pela bancária Maria Talia da Silva, 27. Segundo ela, o médico teria tirado sua virgindade enquanto simulava um exame ginecológico. O fato teria ocorrido há quatro anos e, apesar de ter prestado queixa à 10ª DP, do Lago Sul, o caso jamais foi investigado.
Talia disse ser aquela sua primeira ida a um especialista e por isso não sabia como se comportar no exame. "Ele pediu que eu ficasse com o quadril no final da maca. Achei estranho. Eu vi quando ele abaixou as calças e senti machucar. Ele só avisou para eu dizer se sentia dor", disse.
Dois dias depois, Rodrigues da Cunha foi procurado por ele para esclarecer a situação. Negou que tenha sequer atendido as irmãs.
Ex-diretor
O hospital Golden Cross disse ontem que o médico Vasco Rodrigues da Cunha não é mais diretor do estabelecimento. "O dr. Vasco deixou a direção em outubro do ano passado, quando foi substituído pelo dr. Leonildo do Carmo". O hospital diz também que apesar da Clínica da Mulher, de propriedade de Vasco Rodrigues da Cunha, funcionar dentro da Golden Cross, não há "qualquer vínculo jurídico" com a empresa.
O ginecologista Vasco Rodrigues da Cunha passou todo o dia de ontem reunido com seus advogados. Ele não foi trabalhar. Segundo o filho, Humberto, Rodrigues da Cunha só vai se pronunciar sobre as acusações quando for intimado formalmente pela polícia.

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