São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994 |
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Moradores dormiam na hora do incêndio "Eu vi o inferno", afirma soldado DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS Por volta da meia-noite do dia 24 de fevereiro de 1984, a dona de casa Nailza Rosa Oliveira, 37, dormia ao lado dos três filhos em um barraco na Vila Socó. "Fui acordada pelos gritos dos vizinhos. Quem correu para o lado certo se salvou", afirma. Hoje, mora no mesmo local que há dez anos foi totalmente destruído pelo fogo. Segundo ela, a vila está sobre um cemitério.O primeiro carro de bombeiros chegou cerca de 20 minutos depois. Foi o primeiro e pior incêndio da carreira do soldado Principe Egler, 38, condecorado por bravura. "Eu vi o inferno." Trabalhou mais de 20 horas. "O que fica até hoje é o som dos gritos de socorro." O comandante dos cerca de 150 homens que combateram o fogo, coronel Nilauril Pereira da Silva, 58, diz sentir revolta pela "sensação de impotência que senti naquela madrugada". Erguida sobre um mangue, a antiga Vila Socó era um emaranhado de pequenas pontes que interligavam mais de mil barracos. Quando o fogo começou, a maioria correu pelas pontes."As pessoas trombavam umas nas outras. Quem caía, ficava", afirma o mecânico Adelaido Ferreira da Silva, 37. Patrícia Bacelar tinha 4 anos na época. Hoje, traz nas costas as cicatrizes das queimaduras. Sua família estava dormindo quando o fogo começou e foi resgatada por bombeiros. Simone, a irmã mais velha, diz que não volta mais à Vila Socó "nem para passear". Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Vila Socó pode acontecer de novo Próximo Texto: Ninguém foi responsabilizado Índice |
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