São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994 |
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Calouro afirma que foi obrigado a comer fezes
PAULO HENRIQUE BRAGA
Segundo o rapaz, por volta das 11h de 7 de fevereiro passado, primeiro dia de aula, um grupo de veteranos invadiu a sala onde ele estava e o obrigou a ir com outros calouros para um canteiro a 500 metros do local. Ele acusa a professora que lecionava no momento da invasão de não fazer nada para impedir o trote. Deitados no chão de bruços, cerca de 20 calouros, segundo ele, foram espancados e receberam carrapaticida sobre a pele. O trote continuou no curral da faculdade, onde eles tiveram que comer grama e fezes de bovinos. O estudante disse que as vítimas do trote foram obrigadas a ficar de cabeça baixa o tempo todo. Ele afirma não ser capaz de reconhecer seus agressores. G.J.M.B. foi socorrido por um rapaz que o levou para casa. De lá, viajou para Ourinhos e foi levado para a Santa Casa, onde foi medicado. Segundo sua mãe, Enezel Francisca, ele estava com várias marcas pelo corpo. A advogada de sua mãe, Maria Eliza Azevedo, disse que o diretor da Faculdade de Veterinária, Bruno Soerensen Cardoso, declarou a ela estar "muito chateado" porque uma aluna havia sofrido uma reação alérgica forte ao Lepicide aplicado sobre a pele. Questionado sobre o assunto, Cardoso disse que a moça teve uma erupção de pele por causa de um banho de lama durante o trote, mas foi atendida no próprio hospital veterinário e liberada. Ele disse não saber o nome da jovem. G.J.M.B. prestou queixa na Delegacia de Ourinhos e a investigação em Marília está a cargo do 2º DP da cidade. Texto Anterior: Doença mata sete crianças no Ceará Próximo Texto: Carro cai em buraco aberto por vazamento Índice |
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