São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994
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Acusada de matar filho nega intenção

DA REPORTAGEM LOCAL

A comerciante Célia Luzia Baumann, 40, disse que não teve a intenção de matar seu filho Richard Albert Baumann, 4. Segundo ela, o que aconteceu com o garoto foi uma "fatalidade". Célia está presa desde o último dia 14 sob a acusação de ter assassinado Richard após espancá-lo durante quatro horas porque o menino não queria aprender a nadar. Ela tem outros cinco filhos adotivos.
"Eu perdi um filho e ninguém vê isso. Se eu tivesse a intenção de matá-lo, não teria ficado em casa esperando a polícia chegar", disse Célia no 89º DP, no Jardim Taboão (zona oeste de São Paulo). A comerciante contou uma versão para o crime diferente da relatada pela empregada Hilda Barbosa da Silva, 18, a principal testemunha.
Ela disse que não bateu a cabeça do filho nos azulejos da piscina e não mordeu os braços e pernas do menino. De acordo com Célia, Richard estava brigando com os irmãos Cristian, 4, e Bruna, 4. "Tentei separá-los e ele acertou um murro em minha boca."
A comerciante afirmou que deu "umas palmadas" em Richard por causa disso e que, pouco depois, o menino tropeçou em uma escada próxima da piscina e bateu a cabeça. Ela disse que a empregada levou Richard para dentro da casa e que, ao apanhá-lo de novo, ele estava quase desmaiado. "Tentei colocá-lo de pé, mas ele caía." Célia afirmou que bebeu quatro ou cinco cervejas e tomou Inibex (remédio para emagrecer) no dia do crime.
O advogado da comerciante, Genival Laurindo da Silva, 44, disse que a defesa não irá negar a autoria do crime. Ele afirmou que requisitará o direito de Célia responder ao processo em liberdade. "Ela tem bons antecedentes, tem residência e trabalha." Segundo ele, a comerciante estava sem controle de suas ações por ter misturado bebida e remédio.

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