São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Avalie o plano para definir investimento

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

A semana tem tudo para ser muito conturbada. No mercado financeiro, a expectativa é de que o Banco Central mantenha as taxas de juros reais elevadas. Em relação às Bolsas de valores, o melhor é ficar atento ao impacto que as medidas anunciadas terão na economia como um todo. Quanto ao setor externo, já na semana passada o mercado trabalhava com a possibilidade de restrições à entrada de capitais, medida considerada essencial para garantir o controle monetário. Acompanhe algumas previsões que estão na edição desta semana do "Guia Financeiro da Empresa":
Dólar – Depois de ter terminado o ano passado apresentando um dos piores desempenhos entre todas as aplicações financeiras, o dólar reagiu no mercado paralelo, ou black. Até o último dia 22, este investimento acumulava, no ano, um ganho 2,58% superior à variação da Ufir (Unidade Fiscal de Referência) no mesmo período. A reação do ativo foi provocada pelas incertezas em relação ao plano econômico elaborado pela equipe do ministro Fernando Henrique Cardoso que, em consequência, motivaram um aumento na demanda. Sua tendência para os próximos dias dependerá do impacto do Plano FHC.
Bolsa – O mercado entrou em compasso de espera na semana passada. A volatilidade reinou ao sabor dos boatos sobre o plano econômico. Nesta semana, o plano vai continuar no centro das atenções de todos, só que desta vez em bases reais. Ao realizar um investimento, analise com cautela as repercussões sobre cada setor de atividade. Em todo plano, tem sempre aquele que sai ganhando e outro que sai perdendo.
Câmbio – As linhas de crédito em dólar tornaram-se mais escassas. Mas, apesar disso, o seu custo continua bem mais acessível do que o das linhas disponíveis em cruzeiros. A escassez foi provocada pelo aumento da procura por parte de exportadores, interessados em garantir a captação de recursos a custos menores do que os praticados no mercado interno. O temor de que o governo limite a entrada de dinheiro para evitar pressões sobre a inflação e dívida pública também provocou uma antecipação na abertura de novos contratos ou na prorrogação dos contratos antigos.
Na semana passada a taxa de juros média de um ACC era 8%, o que significava um custo anualizado de 16,32%, levando em conta as projeções de inflação e câmbio calculadas por "Dinheiro Vivo".
Inflação – As primeiras projeções para abril, feitas pelo Departamento Econômico de "Dinheiro Vivo", indicam uma forte aceleração nos preços. Além de fatores sazonais, os índices sofrem o impacto do encurtamento dos prazos, provocado pela URV (Unidade Real de Valor). As previsões são as seguintes: IPC/Fipe, 42%; IGP-DI, 43,6%; IGP-M, 43,5%; e INPC, 42,5%.

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