São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Times jogam pela hegemonia na América

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Palmeiras e São Paulo fazem hoje, às 16h no Morumbi, um jogo que vale mais do que a liderança provisória do Campeonato Paulista de 1994. Os dois times apontados como os melhores do país fazem o primeiro de uma série de confrontos diretos em busca da hegemonia estadual, nacional e internacional, cujo número depende das tabelas da Taça Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro.
No ano passado, o Palmeiras conquistou os Campeonatos Paulista e Brasileiro. O São Paulo levou o bi da Libertadores e da Copa Toyota, que vale como o Mundial Interclubes. Este é o ano do tira-teima.
"Para ser o melhor time do mundo é preciso mostrar o porquê. E o São Paulo mostrou. Agora, o Palmeiras está tratando de tomar esse lugar", diz, sem meias palavras, o meia palmeirense Rincón.
Para o primeiro jogo, a vantagem parece ser do Palmeiras. Com uma campanha melhor (17 pontos contra 15 do São Paulo), o time de Wanderley Luxemburgo mostra ainda um melhor entrosamento. "Eles têm mais conjunto", admite o técnico Telê Santana.
O São Paulo joga pela primeira vez com seu time considerado titular. O atacante Muller renovou contrato na sexta-feira e faz sua estréia em 1994. Válber, que teve sua suspensão cancelada pela Justiça Desportiva, reaparece na zaga. É a primeira vez que os laterais Cafu e André e os zagueiros Válber, e Júnior Baiano atuam juntos.
O técnico Telê Santana prefere creditar as falhas aos novos titulares, Júnior, Axel e Euller, ameaçados após o coletivo de ontem. "Eles ainda não estão adaptados à filosofia do São Paulo."
No Palmeiras, o ambiente é diferente. Com o melhor ataque (24 gols marcados) e melhor defesa (4 gols sofridos) do campeonato, o time já não se considera um desafiante ao São Paulo. "O Palmeiras é uma realidade", diz o técnico Luxemburgo.
O atacante Edmundo aposta que a chave da vitória de hoje estará na marcação. "Os dois ataques são muito bons. Quem marcar melhor, certamente vai vencer."
Se estiver certo, a vitória deverá ser palmeirense. O sistema de cobertura montado por Luxemburgo tem se mostrado mais eficiente. Ele permite até que os volantes César Sampaio e Mazinho subam ao ataque, ao contrário do são-paulinos Doriva e Axel.
A força do São Paulo deverá ser a volta de Muller. Ele e Euller devem tornar o ataque mais veloz para explorar as constantes descidas dos laterais ao ataque. Para criar chances, o São Paulo precisa tomar a bola ainda na sua intermediária, para não dar chance de a defesa palmeirense se recompor.
O Palmeiras, por seu lado, tenta explorar as deficiências da zaga são-paulina. Válber é falho no jogo aéreo e Júnior Baiano não se equipara a Ronaldo, hoje no Japão, nos desarmes pelo chão. Se entrar Gilmar, o São Paulo fica vulnerável nas bolas altas. (Marcelo Damato)

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