São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Carisma veio das posições políticas

WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

Muhammad Ali encerrou a carreira em 81. Hoje, o ex-lutador continua desfrutando do carisma que o tornou um dos esportistas mais populares de todos os tempos. Não pelos violentos cruzados ou diretos que ele cansou de distribuir nas dezenas de adversários que teve durante mais de duas décadas dedicadas ao pugilismo. Mas pelas posições políticas e religiosas definidas.
Atualmente, Ali vive com sua mulher Lonnie (seu quarto casamento) em uma pequema fazenda em Berrien Springs, Michigan, EUA. Mas passa a maior parte do tempo em viagens pelo mundo. Um exemplo disse foi a participação de Ali na abertura da Assembléia Geral da ONU, em meados do ano passado, quando foram discutidos os problemas ocorridos na Bósnia. O ex-campeão também recebe vários pedidos para ir a escolas participar de palestras. "Aprendo muito com as crianças", disse Ali, que viajou no início deste ano para a China a convite de uma universidade.
"Ali não sente dó de si mesmo e ninguém deve sentir por ele", afirmou Thomas Muster, que escreveu a biografia autorizada de Ali. "Ele está intelectualmente e espiritualmente muito mais ativo do que as pessoas podem pensar", afirmou o escritor, se referindo à doença de que Ali é portador desde 84.
Aos 52 anos, 20 kg mais pesado, Muhammad Ali costuma com frequência viajar a Miami e visitar o ginásio de treinamentos do seu ex-técnico, Ângelo Dundee. "Quando ele vem aqui, costuma brincar no saco de areia. E até arrisca alguns passos dentro do ringue. Nestes momentos sinto que o velho Muhammad Ali nunca irá morrer", afirmou Dundee. (WBJr)

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